A
Agência Nacional de Águas (ANA), divulgou ontem (10/10) que 10 barragens do Ceará
estão com estrutura comprometida, dentre elas o açude Valério em Altaneira. Os dados
são do Relatório de Segurança de Barragens 2016. A lista de barragens do Estado
foi enviada pela Companhia de Gestão e Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh).
Erosões e vegetação no declive das barragens estão entre os principais
problemas.
A
catalogação foi divulgada quase dois anos depois da ruptura da barragem da
Samarco, em Mariana (MG), o maior desastre ambiental do País.
Na
listagem da ANA, foram verificados problemas nos reservatórios cearenses: Poço
Verde (Itapipoca), Jaburu (Ubajara), Tijuquinha (Baturité), Trapiá (Pedra
Branca), Cupim (Independência), São José 2 (Piquet Carneiro), São José 3
(Ipaporanga), Facundo (Parambu), Valério (Altaneira) e Pau Preto (Potengi).
Segundo
o relatório, das dez represas danificadas no Ceará, sete são geridas pela
Cogerh, responsável pela água bruta do Estado.
Bertier
Peixoto, titular da Gerência de Segurança e Infraestrutura da companhia, diz
que, em muitos casos reportados sobre as barragens, “o problema é por excesso
de vegetação, portanto, de pouco ou quase nenhum risco”. No caso das anomalias
de média gravidade, ele afirma que a Cogerh abre uma licitação para contratar
empresa para resolução do problema.
Em
nota, a companhia informou que as danificações de quatro barragens já foram
resolvidas e que as outras três estão em encaminhamento.
Para
fazer o levantamento, a ANA pediu informações aos órgãos fiscalizadores. “Foi
solicitado que listassem as barragens que, na sua visão, mais preocupam por
possuírem algum comprometimento estrutural importante que impacte a sua
segurança. Nove deles responderam, listando um total de 25 barragens”.
A
engenheira civil Zita Timbó, que atua no grupo de Segurança de Barragens do
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), alerta que as barragens
cearenses têm fragilidades, mas são bem mais seguras que as de mineração, como
a da Samarco.
Segundo
ela, a principal problemática dos reservatórios cearenses é a falta de
manutenção. “Muitas vezes se passam vários anos de seca e a barragem não tem a
limpeza que é necessária, a capinagem, e isso não pode acontecer”, frisa. De
acordo com ela, os riscos, nesses casos são de desmoronamento, da qualidade da
água e de proliferação de formigueiros, um problema considerado sério.
Com
informações portal O Povo Online
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