Tradicionalmente,
se convencionou chamar “vitória de Pirro” aquelas conquistas que, obtidas a
alto preço, acabam trazendo mais prejuízos a longo prazo do que benefícios.
Em
bom português, é o famoso “ganha, mas não leva”. A expressão, em referência ao
rei Pirro da Macedônia, tornou-se tão comum na política brasileira de uns anos
para cá que perdeu boa parte do impacto - quase como comparar o cenário a uma
temporada do seriado americano House of Cards.
Não
existe, no entanto, expressão mais certeira para definir resolução da novela do
afastamento de Aécio Neves no Senado. Vitorioso na Casa com apenas três votos a
mais que o necessário, o tucano ganhou um direito que jamais conseguirá exercer
de maneira plena.
Sumido
do plenário do Senado desde o início da polêmica, é difícil imaginar discurso
do parlamentar - rejeitado hoje até por quem votou por sua permanência na Casa,
como Tasso Jereissati - que não traga apenas lembranças de seu pedido de
dinheiro a Joesley Batista ou de documentos com anotação “cx 2”.
Há
três anos, o candidato Aécio Neves alçou o PSDB, mesmo perdendo, ao ponto mais
próximo que o partido esteve de vencer a Presidência da República em mais de
uma década.
Agora,
o senador Aécio ameaça implodir, mesmo ganhando, o partido que acompanha desde
a fundação.
Publicado
originalmente no portal O Povo Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.