As
redes sociais já são o principal meio de informação da maioria dos brasileiros
que moram em grandes centros urbanos, segundo o Instituto Reuters, e o
movimento inverso também é crescente: as discussões virtuais têm mostrado força
para pautar o debate público e influenciar decisões políticas.
O internauta,
que é cidadão, expõe sua opinião, endossa repúdios, pressiona parlamentares e
transforma a internet em praça pública e em ringue eleitoral.
Na
últimas semanas, o “poder” da internet pôde ser observado nos casos das
exposições de arte que causaram polêmica ao associar crianças à exposição da
nudez. O “barulho” dos internautas gerou o cancelamento de uma exposição e
motivou investigações do Ministério Público e uma proposta de mudanças na
legislação por meio de legisladores.
Se
o aumento da influência das redes sociais é praticamente consenso entre os
especialistas, os efeitos desse movimento causam divergência: uma maior
interação não significa, necessariamente, democratização e qualificação do
debate.
Para
o professor de jornalismo da UFC, Diógenes Lycarião, o “acesso democratizado”
às informações carece de “uma maturidade política maior”. Mas ele pondera: “O
fato de as pessoas estarem debatendo um tema de consonância política não deixa
de ser um ganho democrático”. Ele também destaca, com preocupação, a onda de
notícias falsas na rede.
Quando
adentra em 2018, a análise dos efeitos da influência das redes torna-se ainda
mais nebulosa. A tendência, porém, é que o acirramento do debate político se
acentue e se manifeste no ambiente virtual como uma espécie de ringue
eleitoral, onde quem ganha tem mais chances de se dar melhor na contagem de
votos.
“O
uso dessas ferramentas (digitais) está cada vez mais sistemático, mais
especializado, essa é uma tendência sólida (...). Está claro que eles
perceberam que é nessa arena que se ganha o jogo, ao menos parte do jogo será
disputado nessa arena e quem jogar melhor vai ganhar uma parte importante”,
avalia Diógenes.
Com
informações portal O Povo Online
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