A
disputa entre PMDB e DEM por filiação de nomes da base na Câmara dos Deputados
tem refletido diretamente na relação entre os presidentes da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia, e da República, Michel Temer (PMDB).
Prestes
a ser votada a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o
peemedebista, o deputado tem feito declarações públicas que preocupam o Palácio
do Planalto.
Em
entrevista ao Valor, Maia chegou a dizer que não fez “com eles (governistas) o
que eles fizeram com a Dilma” e que “talvez por isso essas mentiras criadas
(por integrantes do núcleo duro do Planalto) para tentar criar um ambiente em
que eu era o que não prestava e eles eram os que prestavam”.
Renan
defende que Legislativo deve validar afastamento de Aécio
A
resposta do democrata ocorre em meio a murmurinhos nos corredores do Congresso
Nacional que apontam para possível conspiração do presidente da Câmara contra
Temer. Maia, no entanto, nega manter a mesma prática de “traição”.
“Como
eles fizeram desse jeito com a Dilma, talvez imaginassem que o padrão fosse
esse. O meu padrão não é o mesmo daqueles que, em torno do presidente,
comandaram o impeachment da presidente Dilma”, disse.
A
declaração logo foi rebatida por um dos principais interlocutores de Temer na
Câmara, deputado Carlos Marun (PMDB-MS). “Quem fez o impeachment fomos nós, foi
Rodrigo Maia... Nós que fizemos, nós derrubamos a Dilma. O Maia foi tão protagonista
quanto o PMDB”, respondeu ao O POVO.
Ainda
na entrevista, Maia dá um recado a Temer: “Vou dizer claramente, sem nenhuma
vaidade: se eu tivesse deixado o DEM sair (da base) com o PSDB, o Michel tinha
caído (na votação da primeira denúncia)”.
Na
contramão do discurso do governo, Maia tem dito à imprensa que a reforma da
Previdência será “menor” do que se espera e que, mesmo assim, vai ser difícil
aprovar.
Outro
peemedebista, por outro lado, admitiu que as declarações têm preocupado o
governo no momento em os índices de aprovação de Temer aparecem cada vez mais
baixos. “É preocupante. Ele (Maia) demonstrava muita amizade, e agora dá
declarações ásperas”, disse um deputado da base aliada.
A
contenda mal resolvida entre DEM, partido de Maia, e PMDB, no processo de
disputa de filiação de deputados dissidentes do PSB, ainda rende frutos
negativos para o presidente Michel Temer.
Nos
bastidores, o que se comenta é que há uma situação de desconforto entre as duas
legendas que não avança, nem se resolve. “O DEM coloca (esse episódio) como uma
bola nas costas que levou do PMDB”, disse ao O POVO o governista Geraldo
Resende (PSDB).
Para
o deputado Aníbal Gomes (PMDB), a maior ameaça na segunda denúncia por
obstrução de justiça e organização criminosa é o PSDB, que pode ser levado pelo
movimento dos “cabeças pretas” que militam pelo desembarque do governo do PMDB.
Com
informações portal O Povo Online
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