Muita
gente não entendeu o porquê de o PT ir contra o Supremo Tribunal Federal (STF)
e a favor de Aécio Neves (PSDB) na decisão que afastou o tucano.
O
partido, na verdade, reafirmou posição que já havia adotado na época da prisão
de Delcídio do Amaral. Em relação a Aécio, há mais que coerência. O partido
sabe que foi com ele ontem e pode ser de novo amanhã.
Pelo
menos seis dos nove senadores do partido são investigados ou tiveram algum tipo
de menção na Lava Jato: Humberto Costa, Jorge Viana, Lindbergh Farias, Fátima
Bezerra, Paulo Rocha e até a presidente nacional petista, Gleisi Hoffmann
(foto).
A
decisão do STF sobre Aécio Neves foi estranha. O tucano não teve prisão
decretada. Isso só poderia ocorrer em caso de flagrante por crime inafiançável.
Ainda assim, a decisão precisaria ser submetida ao Senado. Porém, ele está
impedido de sair de casa a noite. Muito parecido com prisão em regime
semiaberto.
O
ministro autor do voto, Luís Roberto Barroso, justifica que não houve prisão,
mas decretação de medida cautelar que, aliás, havia sido imposta antes pelo
ministro Edson Fachin e posteriormente revogada. Pode fazer sentido, mas é uma
tese polêmica.
Ocorre
que, fiel ao seu estilo, o ministro Gilmar Mendes pegou muito pesado com decisões
que o contrariam da parte de seus colegas de tribunal. Afirmou que a
determinação sobre Aécio se deu porque “a turma começa a poetizar”. Foi mais
longe: “Começa a ter um tipo de comportamento, vamos dizer assim, suspeito”.
Comportamento
suspeito de uma turma inteira do STF? É insinuação grave vinda de um ministro.
Publicado
originalmente no portal O Povo Online
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