Hoje
cedo, registrou-se aqui o senhor Raul
Jungmann anunciando que a favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro,
estava “pacificada”. Os tiroteios de hoje (23/09) provaram que é apenas mais uma
ilusão.
30
anos de uma pacificação falsa, hipócrita, como as capas de jornal, lá em cima,
registram. É
impossível mudar isso? Evidente.
Visitasse
você em 1945 as cidades de Berlim ou Tóquio e iria ver ruínas, escombros, gente
com fome, furtando o que podia para comer, com crianças sem escola ou no que
restava delas.
30
anos depois, duas grandes metrópoles, ricas, pacíficas, com população
extremamente educada, preparada, capaz de ser o núcleo do enriquecimento de
suas nações.
Nem
os japoneses são louros, nem os alemães têm os olhos puxados. Assim, ser
mestiço, negro ou de origem indígena, como boa parte dos migrantes nordestinos,
não deve ser razão para que não possa dar no mesmo.
Nas
ruínas da guerra, porém, não eram considerados outro povo.
Não
havia quem nos comentários dos jornais – as então “cartas para a redação” –
escrevesse que “clima tropical gera 3
coisas.. Rato , barata, mosca e favelado!! Joga uma bomba atômica e começa tudo
do zero!”.
Mas
será que alemães e japoneses antes não falavam isso? Quando o nazismo e o
imperialismo japonês estava no auge, não falavam assim dos judeus e dos
chineses e coreanos que estavam como seus vassalos?
Não,
não tem nada a ver com o clima tropical. como diz o imbecil citado.
Tem
a ver com o título do clip que o Michael Jackson gravou no morro próximo, o
Santa Marta. They don’t care about us.
Publicado
originalmente no portal Tijolaço
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