Uma
das razões deste ambiente político de polarização e intolerância foi o
descontentamento da elite brasileira com as políticas públicas adotadas a
partir de 2003. A não aceitação do resultado eleitoral democrático prosseguiu
numa articulação com setores do Ministério Público, da mídia e do Judiciário.
Com interesses no orçamento público e redução do investimento social; no
capital externo e desinteresse pela indústria nacional. Interesse no
afastamento de um governo que optara pelos mais pobres.
Com
Lula e Dilma, todo um aparato ministerial foi fortalecido para que o Estado
pudesse servir aos pobres como o Ministério do Desenvolvimento Social, da
Previdência, do Desenvolvimento Agrário. Esta estrutura foi destruída.
A
era petista tem dois momentos. Um que vai de 2003 a 2014. Outra que vai até o
golpe. O colchão social que embalou o andar debaixo foi construído a partir de
2003 e se manteve até início de 2015.
É
preciso destacar o alcance de Bolsa Família (12 milhões de famílias), o aumento
do mercado interno e do consumo popular, a valorização do salário-mínimo (74%,
entre 2003 e 2010), a universalização da energia elétrica (“Luz para Todos”), a
organização do sistema de seguridade social (onde havia até “a busca ativa”), o
acesso massivo à educação, inclusive o acesso à universidade.
Com
Temer, os recursos públicos foram congelados por 20 anos, agravando o futuro
dos mais necessitados. Fecharam-se farmácias populares e agências bancárias e
se manteve intocável o lucro dos especuladores. O desemprego atingiu 14
milhões, e aumentou a informalidade. O Bolsa Família eliminou 1 milhão e 200
mil famílias, que aumentarão o exército de famintos nos becos e ruelas das
favelas.
Temer
pressiona o andar de baixo, fazendo auditorias e auditorias nos aposentados,
pensionistas e amparados pelo INSS. Enquanto isso, não faz nem deixa fazer a
auditoria da dívida pública, porque esta é o centro do lucro rentista e causa
do aumento da pobreza dos brasileiros.
Resistir,
reorganizar política e socialmente, recuperar espaços de poder para apresentar
um novo projeto para o Brasil é o nosso compromisso com a parcela trabalhadora
e os excluídos de toda sorte!
Publicado
originalmente no portal O Povo Online
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