Presidentes da República, do Senado, da Câmara e do STF na posse da PGR (Foto: Agencia ANSA) |
1)
Das quatro pessoas que estavam na mesa de honra na posse da procuradora-geral,
Raquel Dodge, apenas uma não era investigada pelo Ministério Público (MP) - a
presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. Os demais, Michel Temer (presidente
da República), Eunício Oliveira (presidente do Senado) e Rodrigo Maia
(presidente da Câmara) têm contas a prestar ao MP e à Justiça.
2)
O MP, para além da disputa entre seus componentes, é uma instituição que tem de
ser preservada. Assim, foi constrangedora a ausência do ex-procurador Rodrigo
Janot na posse de sua sucessora. Janot disse não ter sido convidado; a
assessoria de Dodge garantiu ter-lhe enviado o convite. Ele agiu com
desinteresse: é difícil supor que não lhe tenham mandado convite. Ela foi
indiferente: no mínimo, deveria ter conferido se a presença de seu antecessor
estava confirmada. Erro duplo, portanto.
3)
O subprocurador-geral da República, Nicolao Dino, foi barrado por alguns
minutos na entrada da cerimônia. Tudo indica ter sido um equívoco do
cerimonial. Dino foi o candidato mais votado pelos procuradores na lista
tríplice, mas foi preterido por Temer, que preferiu a segunda colocada.
4)
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu-se o direito
de indicar como Raquel Dodge deve proceder em seu trabalho, afirmando que ela
vai revisar as “trapalhadas” de Janot: “Certamente a procuradora-geral vai
fazer uma reanálise de todos os procedimentos”.
A
tarefa de Raquel Dodge será difícil, pois terá de lidar com os senhores
listados no item 1. Por isso, para demarcar competências, ela deveria dar logo
um chega-pra-lá ao atrevimento de integrantes de outra instituição que querem
ensiná-la a fazer o seu trabalho, conforme o item 4.
No
mais, deixo aos leitores análise mais percuciente dos fatos narrados.
Publicado
originalmente no portal O Povo Online
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