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20 de setembro de 2017

“Investigados na cadeira do investigador” por Guálter George

Presidentes da República, do Senado, da Câmara e do STF na posse da PGR (Foto: Agencia ANSA)
A posse de Raquel Dodge como Procuradora-geral da República foi, a despeito de seu discurso sereno e tranquilo, um show de constrangimentos. A começar pela ausência do antecessor Rodrigo Janot, que as circunstâncias impediram de estar ali para uma civilizada transmissão de posto.

Depois, pela presença na mesa principal de três investigados pelo próprio Ministério Público num conjunto de quatro autoridades representando os poderes constituídos mais relevantes da República.

Três de quatro é um escândalo. Portanto, a primeira missão de Dodge é, pela ação, dissipar nuvens políticas ameaçadoras, especialmente aquelas alimentadas por quem, a pretexto de elogiá-la, como fez o ministro Gilmar Mendes, do STF, agiu como seu porta-voz para anunciar um redirecionamento de procedimentos na Lava Jato.

É quase como anunciar dias melhores para quem anda atordoado com as investigações, muitos presentes àquela sala onde Janot, ontem, era uma persona incrivelmente non grata.

Publicado originalmente no portal O Povo Online

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