Presidentes da República, do Senado, da Câmara e do STF na posse da PGR (Foto: Agencia ANSA) |
A
posse de Raquel Dodge como Procuradora-geral da República foi, a despeito de
seu discurso sereno e tranquilo, um show de constrangimentos. A
começar pela ausência do antecessor Rodrigo Janot, que as circunstâncias
impediram de estar ali para uma civilizada transmissão de posto.
Depois,
pela presença na mesa principal de três investigados pelo próprio Ministério
Público num conjunto de quatro autoridades representando os poderes
constituídos mais relevantes da República.
Três
de quatro é um escândalo. Portanto, a primeira missão de Dodge é, pela ação,
dissipar nuvens políticas ameaçadoras, especialmente aquelas alimentadas por
quem, a pretexto de elogiá-la, como fez o ministro Gilmar Mendes, do STF, agiu
como seu porta-voz para anunciar um redirecionamento de procedimentos na Lava
Jato.
É
quase como anunciar dias melhores para quem anda atordoado com as
investigações, muitos presentes àquela sala onde Janot, ontem, era uma persona
incrivelmente non grata.
Publicado
originalmente no portal O Povo Online
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