Até
então silencioso no caso, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) entrou ontem na
polêmica em torno da extinção do Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará
(TCM).
Em petição enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o TCE nega que a
extinção do TCM prejudique a fiscalização de contas e rebate necessidade de uma
liminar revertendo o fim da Corte.
Enviada
no último domingo (17/09) ao ministro Marco Aurélio Mello, a peça foi protocolada em resposta
a uma petição da Associação de Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) no caso.
No documento que causou o embate, a Atricon questiona o TCE e aponta a
“possibilidade concreta” de que a extinção do TCM provoque a prescrição de
“milhares de processos” de gestores municipais.
O
TCE rebate: “A princípio não cumpre a nós nos posicionarmos a favor ou contra o
caso. Ocorre que os autos colecionam intervenções informadas pelo questionável
procedimento de imputar fatos desabonadores ou inverídicos ao TCE”, diz.
O
TCE afirma que, logo após confirmada a extinção do TCM pela Assembleia,
redistribuiu no pleno os 17.592 processos oriundos do TCM, que terão
fiscalização retomada ainda em setembro. Sobre o risco de prescrições em massa a petição assinada pelo presidente do TCE Edilberto Pontes assegura que “não é
uma possibilidade e muito menos concreta. É, antes, uma falácia”.
O
TCE rebate ainda pedido de liminar feito pela Atricon, que cita o “risco” de
prescrições para cobrar a imediata suspensão do fim do TCM. “Durante todo o ano
de 2017 o extinto TCM realizou poucas auditorias, sendo certo que já no 2º
semestre de 2017 as fiscalizações in loco nos municípios estavam paralisadas. O
único ‘risco’ é de o TCE voltar a fiscalizar in loco.”
Um
dos principais críticos da extinção do TCM, o ex-presidente do órgão, Domingos
Filho, se disse “surpreso” com o posicionamento da corte “irmã” no caso. “Essa
manifestação agora, até no sentido contrário da Atricon, só deixa claro o que o
bastidor já dizia: que o TCE está absolutamente interessado em tomar
prerrogativas do TCM”, diz o ex-conselheiro do tribunal extinto.
Domingos
rebate ainda a tese de que o TCM estava parado. “Não houve nada parado, muito
pelo contrário. O que tivemos foi certa dificuldade de enviar equipes porque a
Assembleia e o Estado cortaram orçamento, queriam nos sufocar. Engraçado é o
TCE, que só atua com docilidade com o governo, agora querer mostrar serviço”,
rebate.
Em
nota pública divulgada na tarde de ontem, a Atricon disse “compreender” que o
TCE busca cumprir emenda aprovada na Assembleia Legislativa, mas manteve defesa
do pedido de liminar feito no caso.
Com
informações portal O Povo Online
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