As
comemorações do “Dia da Independência” em Altaneira foram marcadas apenas pelos
hasteamentos das bandeiras nas sedes dos poderes Executivo e Legislativo e execução
dos hinos Nacional e do Município.
Segundo
informações do portal oficial do Governo Municipal cerca de 200 pessoas entre estudantes,
professores, servidores, secretários municipais e lideranças políticas participaram
do evento na manhã de ontem (07/09).
O
único a falar no Paço Municipal, o prefeito Dariomar Rodrigues, fez um discurso
enfático acerca do resgate dos desfiles cívico que considera muito importante, mas
deve ser feito com muita responsabilidade. “É necessário que os alunos saibam o
porquê do desfile, o porquê da independência”, disse.
Uma
caminhada até a câmara encerrou o ato. Lá o presidente Antonio Leite lembrou
que altaneira é era tida como uma das cidades mais organizadas no quesito
desfile cívico na década de 70 do século passado e pediu para que essa tradição
retorne.
O
prefeito e o presidente da Câmara Municipal gravaram um vídeo onde ressaltaram
a luta de figuras políticas como Né de Almeida, Francisco Fenelon, João Ivan e
Quido para a autonomia política de Altaneira. O vídeo foi compartilhado na
página oficial do Município na rede social Facebook, mas o que mais despertou a
atenção dos navegantes foi uma postagem sobre o desfile de 7 de setembro de
1971 em Altaneira.
O
vereador Professor Adeilton foi o primeiro a comentar a postagem criticando a
ausência da Banda de Música e sugerindo o resgate dos desfiles. “Acredito que
limitarmos a apenas o hasteamento de bandeiras não é interessante, acho que
podemos resgatar os desfiles, provocar um amor ainda maior pela nossa pátria,
resgatar os belíssimos momentos que já fora possível realizar em épocas tão
adversas e de dificuldades ainda piores” comentou o parlamentar.
Já
Francisco Chagas comentou que as crianças conhecem a realidade do Brasil, não é
como naquele tempo e os brasileiros se envergonham de cantar o Hino Nacional “por
causa dos homens que deviam dar exemplo de honestidade que são os governantes,
são os que mais envergonham a Nação”.
A
professora Corrinha Lino disse ser sem sentido qualquer manifesto de
comemoração e Walentina Nogueira escreveu que ao ler os comentários teve a impressão
de viver em outro País e indagou “Altaneira deve mesmo ser um País
independente?”
A
altaneirense Walentina Nogueira é professora da rede municipal em São Paulo, disse
ainda que por décadas acreditou nas comemorações cívicas. “hoje seria hipocrisia
realizar essas comemorações em sinal de respeito a uma pátria alheia, vendida e
corrompida... mas, se Altaneira não está inserida no cenário político
brasileiro! Poderíamos então pensar diferente”, criticou.
Apesar
das críticas a secretária municipal Leocádia Rodrigues lembrou que o desfile de
homenagens e alegorias está desde anos atrás no calendário cultural do
município no dia 18 dezembro e disse mais: “se couber no orçamento, a
comunidade e câmara municipal sem hipocrisia acreditar que é mesmo essencial
desfiles, tendo em vistas como é difícil encontrar fundos para o essencial,
faremos o desfile cívico em 7 de setembro e em 18 de dezembro, estamos aqui
para isso é sempre um prazer vê nossas crianças desfilando”, prometeu.
Maria
Auxiliadora Souza Barros resumiu todo o debate na seguinte frase: “Apesar dos
pesares é lindo e o povo gosta”.
O debate foi extenso e pedagógico, mas poucos perceberam que no Paço Municipal as bandeiras foram hasteadas de forma errada.
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