Pré-candidato
do PDT à Presidência, o ex-ministro Ciro Gomes avalia que só terá apoio do PT
em eventual 2º turno da disputa. Em palestra feita nesta quinta-feira, 14, no
Rio de Janeiro, o pedetista avaliou como impossível um apoio petista no 1º
turno até por uma rejeição de setores do partido ao seu nome. “Tem muito
petista que prefere Bolsonaro a mim”, disse.
Segundo
ele, tal rejeição ocorre pois esses petistas operariam na lógica do “quanto
pior, melhor”. Ex-ministro da Integração Nacional no governo Lula, Ciro tenta
construir candidatura mais à esquerda, com especulações em torno de possível
aliança com petistas no caso de o ex-presidente não sair candidato.
Na
palestra, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o ex-ministro acusou
ainda o ex-presidente de tratar o povo como “imbecil” ao manter aliança com o
senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Um dos articuladores do impeachment de Dilma
Rousseff no Congresso, Calheiros recebeu diversos afagos do petista durante
viagem por Alagoas no mês passado.
“Houve
um golpe. Sucede daí que quem fez esse golpe foi o Senado Federal, cujo
presidente era Renan Calheiros. O que faz o PT agora? Vota em Eunício para
presidente do Senado e o Lula chega em Alagoas e se abraça com Renan Calheiros.
Está pensando que o povo é imbecil? Se houve um golpe, quem são os golpistas?”,
disse.
E
acrescentou: “Não é possível insultar a inteligência do povo brasileiro e
manter essa mesma narrativa (de perseguição política)”. Segundo ele, a
narrativa de Lula fez com que a população perdesse a confiança nos partidos de
esquerda. “Eu não falo isso sem dor no coração”.
Ciro
Gomes também criticou relação que a esquerda brasileira teria com fieis de
igrejas neopentecostais brasileiras. “A esquerda antiga não entende o que está
acontecendo. Dessa gente que cresceu fora da política. Aí começa a esquisitar
esse povo, falar mal como se fosse um imbecil, enganado pelo pastor. Como se
fosse tão fácil”, diz. “A pessoa paga por pertencimento, um pertencimento que a
política não dá mais. É uma rede. Isso, se a gente não for atrás desse povo,
eles vão virar tudo de direita mesmo”, diz. “Eles não acreditam em Estado,
porque para eles Estado é uma abstração hostil, que só chega para pedir alvará,
cobrar propina”.
Sobre
a nova denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) encaminhada nesta quinta-feira,
14, pela Procuradoria Geral da República, o pedetista disse acreditar que ela
terá o mesmo resultado da primeira: a Câmara não vai autorizar a abertura do
processo. “Nós estamos com um problema grave, de que a maioria orgânica da
Câmara brasileira é parte da quadrilha, um conjunto ramificado e quadrilheiro”,
afirmou.
O
pedetista acredita que a repulsa popular a essas práticas já está diminuindo o
apoio a Temer. “(Os deputados) vão cobrar (pelo apoio), vai ser outra rodada
pesada e eles (o governo) vão bancar”.
Com
informações portal O Povo Online
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