O
presidente Michel Temer sugeriu que o Brasil adote um modelo parlamentarista de
governo já para as próximas eleições, em 2018, em uma entrevista concedida à
Rádio Bandnews. Ao responder a um questionamento sobre mudanças eleitorais e
reforma política, o presidente considerou que essa é uma hipótese que não seria
“despropositada”.
“Eu
acho que nós poderíamos pensar, uma mera hipótese, num parlamentarismo para
2018, não é? Eu acho que não seria despropositado. Pelo menos eu não veria como
um despropósito”, afirmou.
Na
entrevista, concedida na última quinta-feira (03/08), o presidente reforçou que vai levar adiante
uma proposta de reforma político-eleitoral, elaborada em comum acordo com o
Congresso Nacional e o Tribunal Superior Eleitoral, com a intenção de que ela
seja válida para as próximas eleições.
Algumas
mudanças, no entanto, especialmente no que se refere às regras eleitorais,
teriam ser aprovadas nas duas casas do Congresso até o próximo mês, porque a
lei prevê a chamada anualidade, que garante que mudanças na legislação
eleitoral somente entrem em vigor se aprovadas até um ano antes do pleito.
Outras leis teriam que ser aprovadas com seis meses de antecedência da eleição.
O
presidente também negou que seu governo tenha ficado parado durante os últimos
70 dias, enquanto ele enfrentava no Congresso o processo de análise da denúncia
contra ele, feita pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, por
corrupção passiva. Temer ressaltou que, no período, foram aprovadas 12 medidas
provisórias e a Reforma Trabalhista.
O
presidente classificou o processo na Câmara como “kafkiano”, em referência ao
escritor Franz Kafka, que escreveu, entre outros, o livro O Processo, em que o
personagem Josef K. é investigado por um tribunal, mas desconhece qual é a
acusação.
“Parece
uma coisa kafkiana. Você começa um processo de tentativa de retirar o
presidente da República sem um motivo sólido. Você sabe que há aquela história
da gravação, que foi feita por um cidadão que havia confessado milhares de
crimes e, na verdade, foi algo muito bem urdido, muito bem articulado”,
afirmou, desqualificando as provas apresentadas pelo procurador com base no
áudio entregue por Joesley Batista, dono da JBS.
Para
Temer, o resultado final da votação a seu favor o deixa mais fortalecido para
pautas futuras que serão defendidas pelo governo no Congresso, como a reforma
da Previdência. Nas contas do presidente, além de seus 263 votos favoráveis,
ele teve mais dois deputados que não compareceram, mas declararam ser contra o
prosseguimento da denúncia. Além deles, outros 20 que se abstiveram por, no
entendimento de Temer, não querer votar contra o relatório pelo arquivamento da
denúncia. Assim, o presidente considera que já tem 285 votos na Câmara dos
Deputados.
“Eu
me sinto fortalecido para isso [votação da reforma da Previdência]. Você sabe
que eu contei até praticamente 285 votos numa questão que foi discutida ontem
e, para aprovar a emenda da Previdência, são necessários 308 votos. Mas, de
qualquer maneira, eu sei que muitos que votaram contra [o arquivamento da
denúncia] são a favor da reforma da Previdência”, afirmou.
Com
informações Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.