Passado
o turbilhão dos escândalos de corrupção, as atenções dos parlamentares se
voltam novamente para votar reformas. A intenção é aprovar medidas que alteram
regras eleitorais, de modo a facilitar a eleição dos nomes que hoje ocupam o
Congresso. Para valer já em 2018, as modificações devem ser aprovadas até 7/10.
Apesar
de o principal argumento para promover a reforma política ser a melhoria do
sistema, há propostas que servem para beneficiar os que já estão no poder.
Partes dos textos que estão em discussão na Câmara já causa polêmica. Entre as
propostas, a do “distritão” é uma das que têm gerado mais debate.
Defendido
pelo PMDB, esse sistema prevê que os candidatos mais votados de cada estado
sejam eleitos ao Legislativo. O voto seria baseado inteiramente na
personalidade, sem aspecto ideológico ou partidário. Para o líder do PMDB na
Câmara, Baleia Rossi, esse é o único caminho neste momento, mesmo que não haja
os 308 votos para aprovar a PEC.
Os
defensores da reforma argumentam que o modelo barateia a campanha, porque os
partidos tendem a lançar apenas candidatos competitivos - em vez de formar
chapas, como ocorre atualmente -, além de ser mais simples e fácil de o eleitor
assimilar.
Ontem,
parlamentares tanto da base quanto da oposição formaram uma frente contra a
aprovação do distritão na Câmara. O principal argumento do grupo, que somaria
cerca de 200 deputados, é de que esse modelo dificulta a renovação da Câmara,
pois é personalista e enfraquece o papel dos partidos.
Esse
sistema daria mais chance a celebridades e políticos já detentores de mandato,
que já são conhecidos pela população, de se eleger, o que poderia beneficiar os
parlamentares alvo hoje da Lava Jato. “O distritão é uma bolsa reeleição”,
disse o deputado Henrique Fontana (PT-RS).
Diante
da proibição das doações de empresas, outra medida que deve ser aprovada é a
criação de um fundo público para financiar as campanhas. O montante, em 2018,
deve chegar a R$ 3,6 bilhões. Até a conclusão desta edição, a discussão no
colegiado ainda não havia sido encerrada, mas a expectativa era de que a
votação sobre o fundo acontecesse no máximo até hoje.
Esse
valor equivale a 0,5% da receita corrente líquida apurada nos 12 meses
anteriores. A ideia inicial era de que essa quantia caísse para 0,25% nas
eleições seguintes, mas essa parte foi retirada do texto, o que inchou ainda
mais o fundo.
O
relatório do deputado Vicente Cândido também propõe a extinção do cargo de
vice, da figura do suplente de senador e o estabelecimento de mandato para
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Essas propostas, no entanto, devem
ser derrubadas pelos deputados.
Com
informações O Povo Online
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