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3 de agosto de 2017

Impactos da votação de Temer no tabuleiro do Ceará

Ainda que com uma votação menos expressiva do que a prevista por aliados, o presidente Michel Temer (PMDB) saiu vitorioso. Os que estiveram a seu lado têm o poder da máquina federal, acesso a cargos, facilidade para negociar e conseguir emendas e decretos. 

Os adversários seguiram a maioria dos eleitores que rejeitam Temer e queriam a continuação da investigação, segundo pesquisas.

Diante de cenário de instabilidade, a votação de ontem (02/08), que analisava a admissibilidade de denúncia contra Temer por corrupção passiva, pode impactar na política cearense. Com 11 votos favoráveis à denúncia e 9 contrários, a bancada do Estado foi uma das que deu maioria contra o presidente.

Para o deputado Danilo Forte (PSB), que votou para salvar Temer, as relações entre Ceará e governo federal não deverão ser prejudicadas. Forte justifica que parlamentares que têm bom trânsito em Brasília podem fazer interlocução com o governo estadual.

“Se a economia retomar, essa página fica esquecida. Se a crise se aprofundar, a crise fica realçada. A conjuntura de hoje está longe da conjuntura nacional que teremos ano que vem”, responde sobre a possibilidade de sofrer retaliação do eleitorado.

Na oposição, o deputado petista José Guimarães, um dos que articularam ativamente para atrasar a votação de ontem e tentar aprovar a denúncia, o placar final aponta que o Ceará não simpatiza com Temer.

“Para o futuro, é uma enorme sinalização de que o governo perdeu a governabilidade na Câmara. Sinaliza só instabilidade. Já tem deputado arrependido. O governo sai mais fraco do que entrou. A reforma da Previdência foi para o brejo”, diz Guimarães.

Para o deputado, o resultado de ontem enfraquece o PMDB no Estado. “O povo está revoltado com quem votou com Temer. O Ceará é uma vitória política e numérica. A oposição atuou unida e queremos ampliá-la”, avalia.

Único tucano da bancada cearense, Raimundo Gomes de Matos esteve ausente na votação. Ele havia anunciado que votaria contra a orientação do líder partidário no Ceará, Tasso Jereissati, pela investigação de Temer. A solução foi faltar à sessão.

Dessa forma, a impopularidade do voto em defesa de Temer não afeta os tucanos, que, após mais de uma década, voltaram a crescer no Estado. Ao mesmo tempo, Gomes de Matos não bate de frente com governistas.

Entre a força da máquina, que costuma ser útil em eleições, e a possibilidade de enfrentar um eleitorado crítico por não ter sido ouvido, 2018 deverá mostrar quem se beneficia ou se prejudica pela situação criada pelo presidente Temer.

QUEM GANHA:

Eunício Oliveira: Aliado de Temer, fortalece sua posição no Estado

Danilo Forte: Foi dos poucos a justificar o voto favorável a Temer

Tasso Jeiressati: Não perde cargos e vê o PSDB perto de deixar o Planalto

QUEM PERDE:

José Guimarães: Fracassou nas tentativas de vencer a votação

Raimundo G. de Matos: Ausente da votação, se desgastou com os dois lados

André Figueiredo: Na linha de frente contra Temer, perdeu posições


Com informações O Povo Online

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