Ainda
que com uma votação menos expressiva do que a prevista por aliados, o
presidente Michel Temer (PMDB) saiu vitorioso. Os
que estiveram a seu lado têm o poder da máquina federal, acesso a cargos,
facilidade para negociar e conseguir emendas e decretos.
Os adversários
seguiram a maioria dos eleitores que rejeitam Temer e queriam a continuação da
investigação, segundo pesquisas.
Diante
de cenário de instabilidade, a votação de ontem (02/08), que analisava a
admissibilidade de denúncia contra Temer por corrupção passiva, pode impactar
na política cearense. Com 11 votos favoráveis à denúncia e 9 contrários, a
bancada do Estado foi uma das que deu maioria contra o presidente.
Para
o deputado Danilo Forte (PSB), que votou para salvar Temer, as relações entre
Ceará e governo federal não deverão ser prejudicadas. Forte justifica que
parlamentares que têm bom trânsito em Brasília podem fazer interlocução com o
governo estadual.
“Se
a economia retomar, essa página fica esquecida. Se a crise se aprofundar, a
crise fica realçada. A conjuntura de hoje está longe da conjuntura nacional que
teremos ano que vem”, responde sobre a possibilidade de sofrer retaliação do
eleitorado.
Na
oposição, o deputado petista José Guimarães, um dos que articularam ativamente
para atrasar a votação de ontem e tentar aprovar a denúncia, o placar final
aponta que o Ceará não simpatiza com Temer.
“Para
o futuro, é uma enorme sinalização de que o governo perdeu a governabilidade na
Câmara. Sinaliza só instabilidade. Já tem deputado arrependido. O governo sai
mais fraco do que entrou. A reforma da Previdência foi para o brejo”, diz
Guimarães.
Para
o deputado, o resultado de ontem enfraquece o PMDB no Estado. “O povo está
revoltado com quem votou com Temer. O Ceará é uma vitória política e numérica.
A oposição atuou unida e queremos ampliá-la”, avalia.
Único
tucano da bancada cearense, Raimundo Gomes de Matos esteve ausente na votação.
Ele havia anunciado que votaria contra a orientação do líder partidário no
Ceará, Tasso Jereissati, pela investigação de Temer. A solução foi faltar à
sessão.
Dessa
forma, a impopularidade do voto em defesa de Temer não afeta os tucanos, que,
após mais de uma década, voltaram a crescer no Estado. Ao mesmo tempo, Gomes de
Matos não bate de frente com governistas.
Entre
a força da máquina, que costuma ser útil em eleições, e a possibilidade de
enfrentar um eleitorado crítico por não ter sido ouvido, 2018 deverá mostrar
quem se beneficia ou se prejudica pela situação criada pelo presidente Temer.
QUEM
GANHA:
Eunício
Oliveira: Aliado de Temer, fortalece sua posição no Estado
Danilo
Forte: Foi dos poucos a justificar o voto favorável a Temer
Tasso
Jeiressati: Não perde cargos e vê o PSDB perto de deixar o Planalto
QUEM
PERDE:
José
Guimarães: Fracassou nas tentativas de vencer a votação
Raimundo
G. de Matos: Ausente da votação, se desgastou com os dois lados
André
Figueiredo: Na linha de frente contra Temer, perdeu posições
Com
informações O Povo Online
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