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22 de agosto de 2017

Governistas querem afastar Tasso do comando do PSDB

Senadores tucanos Tasso Jereissati e Aécio Neves em um dos encontros de cúpula do PSDB (Foto: Wilton Junior)
Presidentes interino e licenciado do PSDB, os senadores Tasso Jereissati e Aécio Neves estão em pé de guerra pelo comando da sigla. De um lado, o cearense busca renovar a imagem da legenda, mesmo que contrarie caciques. De outro, o mineiro quer manter aproximação com o governo de Michel Temer. Embora Aécio não tenha se manifestado oficialmente, seus interlocutores já pedem a saída de Tasso da presidência tucana.

“Não precisa pressionar pela minha saída. Esse é um gesto unilateral do Aécio. Se ele quiser reassumir o comando do partido, é um direito dele. Agora, da minha parte, não vou arredar o pé”, disse Tasso.

Os ministros tucanos estariam no grupo dos que preferem uma eventual saída de Tasso. Mas a ala dos “cabeças pretas”, formada por mais jovens, querem que ele permaneça no mandato tampão até dezembro, quando será realizada a convenção nacional.

Aliado do senador Aécio Neves (MG), o deputado Marcus Pestana (MG) defendeu ontem a saída de Tasso da presidência interina do PSDB. Pestana afirmou que, se o parlamentar permanecer no posto, o partido sairá esfacelado do governo.

“Infelizmente caminhamos para um impasse. Tasso agiu por seis vezes em curto espaço de tempo contra a posição majoritária. Agora ou ele se afasta e prevalece a visão da maioria, ou ele fica e o partido sai esfacelado do governo”, afirmou o deputado mineiro.

A declaração de Pestana é uma reação ao programa partidário do PSDB veiculado na quinta-feira passada, 17, em cadeia nacional de rádio e TV, no qual o partido critica o governo do presidente Michel Temer. Na propaganda, a legenda faz uma “autocrítica” por ter “aceitado o fisiologismo”.

O programa provocou forte reação da ala do PSDB que defende a permanência no governo. Na sexta-feira passada, 18, vários tucanos já defendiam a saída de Tasso da presidência interina, só que apenas nos bastidores.

Tucanos da ala governista querem que Aécio reassuma a presidência do PSDB temporariamente e escolha outro vice-presidente para comandar o partido até dezembro, quando haverá nova eleição da executiva.

No entanto, no final de semana, o diretório municipal de São Paulo enviou nota dura contra Aécio, defendendo o afastamento do senador e a permanência de Tasso. “Prove sua inocência, senador, e aí sim retorne ao partido”, registrava a nota.

Nos bastidores, uma ala do tucanato aposta no senador Flexa Ribeiro (PA) ou no deputado Giuseppe Vecci (GO) como substitutos de Tasso. As apostas em Flexa e Vecci se dão por exclusão entre os oito vice-presidentes da sigla.

Além deles e de Tasso, são vice-presidentes os deputados Carlos Sampaio (SP) e Mariana Carvalho (RO), o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman e os ministros Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Bruno Araújo (Cidades).

Os ministros, por ocuparem os cargos no governo, não poderiam assumir a presidência do partido. Já Sampaio, Marina e Goldman fizeram declarações públicas a favor do desembarque do PSDB do governo Temer.

Os dois primeiros, inclusive, votaram pela aceitação da denúncia contra Temer na Câmara, no início de agosto.

Com informações portal O Povo Online

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