Comissão Especial da Reforma Política vota destaques do texto aprovado (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom) |
A
comissão especial da Câmara criada para analisar a Proposta de Emenda à
Constitucional (PEC) 77/03, que propõe mudanças no sistema político-eleitoral
brasileiro, adiou para a próxima terça-feira (15/08) a conclusão da votação dos
destaques apresentados à matéria.
Ficaram
pendentes de votação dois destaques de supressão de artigos do projeto
substitutivo, elaborado pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP). A PEC deverá ser
discutida e votada no plenário da Câmara ainda no mês de agosto, segundo
previsão do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Um
dos destaques pendentes visa retirar o dispositivo que prevê que um candidato
possa disputar mais de um cargo, majoritário e proporcional, em um mesmo
pleito, figurando simultaneamente nas lista preordenada pelo partido. O outro
pretende suprimir o artigo que estabelece que o suplente de senador seja o
deputado federal mais votado do partido.
Os
deputados já aprovaram na comissão algumas mudanças nas regras eleitorais, como
a instituição do chamado distritão, que retira a proporcionalidade nas eleições
de cargos como deputado federal, estadual, distrital e vereador e a criação de
um fundo público para financiar as campanhas.
O
texto-base do relator foi aprovado na última quarta-feira (09/08) pela
comissão, assim como o destaque que institui o voto majoritário, conhecido como
distritão, para deputados e vereadores, com validade para as eleições de 2018 e
2020.
A
comissão retomou o processo de votação nesta quinta e analisou outros
destaques. Mesmo sob obstrução dos partidos de oposição, os membros do
colegiado mantiveram o sistema distrital misto a partir de 2022 e a proposta de
financiamento público, com a criação do Fundo Especial de Financiamento da
Democracia.
O
fundo deve ser abastecido com recursos da União da ordem de R$ 3,6 bilhões para
as próximas eleições. Os deputados suprimiram do parecer o trecho que previa a
distribuição dos recursos do fundo público pela direção nacional dos partidos,
a partir de critérios definidos 30 dias antes da escolha dos candidatos à
eleição.
Os
deputados também retiraram do texto do relator a proposta de acabar com a
figura do vice nos cargos de presidente da República, governador de estado e
prefeito. Eles rejeitaram ainda a sugestão de mudanças nas regras de suplente
de senador e nas datas de posse de prefeitos e vereadores, além da
diferenciação na forma de eleição de vereadores considerando o número de
habitantes do município.
Os
deputados, no entanto, votaram a favor de manter no projeto de Cândido a
sugestão de acabar com a vitaliciedade dos mandatos de ministros dos tribunais
de Justiça. O relator propõe que os mandatos de integrantes de Cortes do Poder
Judiciário ocupados por indicação política tenham duração de, no máximo, 10
anos.
A
rejeição, por votação simbólica, do destaque que pretendia retirar da proposta
o sistema distrital misto a partir de 2022, motivou forte reação de alguns
oposicionistas. Os parlamentares da oposição eram favoráveis à manutenção do
modelo atual de votação proporcional, em lista aberta. Eles queriam que a
votação na comissão fosse nominal, a exemplo do que ocorreu com outros
destaques considerados polêmicos.
O
deputado Henrique Fontana (PT-RS) argumentou que este é um ponto importante que
deveria ser votado nominalmente e acusou a direção da comissão de ter realizado
manobra.
O
presidente da comissão, deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), explicou que foi
firmado acordo para que alguns destaques fossem votados por aclamação, para
evitar que a falta de quórum ou obstrução impedissem o término da votação nesta
quinta.
Lima
chegou a suspender a sessão para que os líderes pudessem decidir sobre a forma
de votação do destaque, mas não houve acordo e o resultado pela manutenção da
proposta do relator foi proclamada.
Com
informações Agência Brasil
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