Aliados de Michel Temer conseguem rejeitar parecer do peemedebista Sergio Zveiter na CCJ da Câmara (Foto: Renato Costa) |
Após
costuras e articulações da base, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
anunciou que a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer no plenário
acontecerá em 2 de agosto. Decisão foi tomada no mesmo dia em que aliados do
presidente conseguiram barrar parecer pela aceitação de denúncia contra o
peemedebista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara por placar
de 40 votos contrários e 25 favoráveis, além de uma abstenção.
Segundo
Maia, a sessão começará às 9 horas e deve ser concluída no mesmo dia. Haverá 25
minutos para a defesa de Temer e o mesmo tempo para o relator Paulo Abi-Ackel
(PSDB-MG), cujo parecer pela rejeição da denúncia foi aprovado na Comissão de
Constituição e Justiça.
A
data foi anunciada após uma reunião com os líderes da Casa. O governo começou a
admitir na quinta-feira pela manhã que deixaria a votação para agosto, após
constatar que não conseguiria mobilizar o quórum de 342 deputados cogitado por
Maia para abrir a sessão.
O
presidente da Câmara chegou a dizer que sua intenção era realizar a votação já
na segunda-feira. “A minha proposta era dia 17 de julho, mas o governo percebeu
que era muito difícil chegar a 342 deputados na Casa com a oposição fazendo
obstrução”, disse.
Líderes
da base tentaram manter o otimismo após o anúncio da data. “O governo terá os
votos necessários para barrar a denúncia hoje (ontem) ou em agosto”, disse o
líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
A
oposição, no entanto, espera que fatos novos, como a possibilidade de acordos
de delação premiada por parte do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do
doleiro Lúcio Funaro, desgastem ainda mais o governo.
Primeiro
na linha sucessória, Maia pode se beneficiar desse adiamento, já que assumiria
a Presidência em um eventual afastamento de Temer.
Apesar
do apelo da base, o presidente da Câmara não cedeu e manteve o número mínimo de
342 deputados no plenário para dar início à votação. Segundo ele, qualquer
outro cenário poderia ser contestado no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Não
adianta atender o quórum de alguns e no dia seguinte uma ação do Supremo
derrubar a votação. A gente pode começar a discussão com qualquer quórum, mas
só pode começar com 342.”
Diante
da constatação de que o governo não teria como mobilizar número necessário de
deputados, o discurso no Palácio do Planalto começou a mudar. O ministro-chefe
da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que “o problema de quórum” não era do
governo. “Pode ser agora, pode ser agosto”, disse.
Com
informações O Povo Online
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