Na
iminência de perder a aliança com o PSDB e de ter denúncia de corrupção votada
pela CCJ da Câmara, o presidente Michel Temer (PMDB) passou o domingo com
líderes aliados, ministros e presidentes do Senado e da Câmara em busca de solução
para se manter no cargo.
Com
o alicerce político já fragilizado, ele ainda precisa se provar forte para o
mercado com aprovação da Reforma Trabalhista na terça-feira.
A
agenda das próximas 48 horas será de tensão para o presidente. Hoje à tarde, o
relator da denúncia apresentada contra ele pelo Ministério Público, Sérgio
Zveiter (PMDB-RJ), deverá apresentar seu parecer na Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara. Mais tarde, o PSDB - principal aliado do
Planalto - volta a reunir seus principais líderes para debater permanência ou
desembarque do governo.
Apesar
de ser do partido de Temer, Zveiter tem perfil independente. A expectativa é de
que ele apresente relatório favorável à admissibilidade da denúncia de
corrupção passiva na CCJ. “Tudo que há de mais rebaixado na política está sendo
convocado para garantir a sobrevivência do Temer”, diz o deputado da oposição
Chico Alencar (Psol-RJ), que é membro titular da CCJ.
O
deputado da base, Genecias Noronha (SD-CE), afirma que os que se dizem
indecisos vão votar contra a admissibilidade da denúncia. Para o parlamentar, a
maioria dos votos deve livrar o presidente. “Esse final de semana deu muita
fofoca, muita conversa. Na verdade, quem é a favor (da denúncia) já diz de
cara”, avaliou. Genecias prevê ainda sessões longas por toda a semana.
Na
manhã de ontem (09/07), encontro de Temer com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ) demorou mais de uma hora. O tema principal tratado teria sido a
denúncia contra o presidente que tramita na Casa.
Ele
esteve ainda com os líderes do governo Romero Jucá (Senado) e André Moura
(Câmara), o presidente do Senado, Eunício Oliveira e os ministros Eliseu
Padilha (Casa Civil) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores).
Em
reunião convocada às pressas pelo governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o
núcleo tucano que mais defendia a permanência do PSDB no governo volta a
debater a questão hoje à noite.
Ontem (09/07),
Alckmin e o prefeito de São Paulo, João Dória, que ainda resistiam à ideia, já
acenaram para o desembarque do PSDB do governo. Eles usaram argumentos da ala
dos chamados “cabeças pretas”, grupo de tucanos mais jovens que vinha fazendo
movimentos para se desvincular de Temer. “Não defendo que o PSDB se mantenha no
governo”, afirmou Dória. “Olha que não fui favorável a entrar no governo, mas
acho que nós deveremos encerrar esse período (das reformas). Depois disso, não
há razão para o PSDB ainda participar do governo”, pontuou Alckmin.
Com
informações O Povo Online
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