O
presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE) fez um aceno ontem
ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para uma eventual sucessão do
presidente Michel Temer.
Caso
a denúncia contra o peemedebista seja aceita pelos deputados e ele seja
afastado do cargo, Maia assumiria provisoriamente o cargo por até 180 dias até
o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar o caso.
A
escolha do relator da denúncia contra Temer por corrupção passiva na Câmara,
deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), e a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima
acenderam o alerta entre Tasso e seus aliados para acelerar o desembarque.
Agora,
com os boatos de que o ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha pode
fechar acordo de delação premiada, o presidente interino do PSDB acha que a
crise deve se intensificar ainda mais. “Se Eduardo Cunha fizer delação, aí não
tem nem o que discutir mais.
Se
vier essa delação, não sei nem quem vai ser citado, quem não vai ser, mas vai
ser um semestre terrível para nós”, avaliou o tucano. Ele reclama que “não dá
para viver cada semana uma nova crise” e que “está na hora de buscar alguma
estabilidade” para o Brasil.
Embora
diga que ainda é “precipitado” falar em nomes para uma “transição”, Tasso
afirma que o candidato “tem que ser alguém que dê governabilidade” para o País
até a eleição de 2018. “Isso não é algo difícil de se encontrar”, minimizou.
“Na
travessia, se vier, tem várias opções. Se vier um afastamento pela Câmara, ele
(Maia) é presidente por seis meses. Se Temer renunciasse já seria diferente,
mas, se passar a licença para a denúncia, aí ele (Maia) é presidente por seis
meses e tem condições de fazer, até pelo cargo que possui na Câmara, de juntar
os partidos ao redor com um mínimo de estabilidade para o País”, declarou o
tucano. Tasso diz que está sempre aberto para tratar de uma “saída negociada”
com Temer.
Sobre
um cenário hipotético de transição, caso Temer deixe o cargo, o senador avalia
que a equipe econômica do atual governo deveria ser mantida para manter a
estabilidade. “O governo tem que ser o mais próximo possível do intocável em
termos de postura ética”, completou.
Tasso
admite que está conversando com todas as legendas sobre o assunto. “Eu acho que
o ideal é envolver todos os partidos, inclusive os de esquerda”, defendeu.
Para
ele, o governo “caminha para a ingovernabilidade”, assim como considera que
ocorreu com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) antes do processo do
impeachment. Tasso considera ainda que o maior problema de Temer na base aliada
é com o próprio PMDB, que está dividido.
“O
primeiro sinal que vamos ter é com o relator (da denúncia contra Temer na CCJ,
o deputado Sergio Zveiter), que é do PMDB. O
PSDB não tem importância. Se ele der o voto licenciando o processo, quem está
dando autorização é o PMDB”, concluiu.
Com
informações O Povo Online
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