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25 de julho de 2017

Lideres fazem contas e tucanos continuam com ameaças desembarque do Governo

A uma semana da votação da denúncia de corrupção contra Michel Temer (PMDB), nas contas do governo, são 80 os parlamentares indecisos que podem ser convencidos a votar contra o pedido de abertura de investigação, com base na delação da JBS.

A oposição aposta no aumento de impostos sobre os combustíveis e na liberação de emendas parlamentares para ampliar o clima de insatisfação.

“Pretendo trabalhar com número de 300 parlamentares contra denúncia. O presidente conversou com diversos parlamentares mostrando sua defesa”, disse o vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Beto Mansur (PRB-SP), um dos maiores beneficiários da recente liberação de emendas parlamentares.

Sem fatos novos da Operação Lava Jato, os oposicionistas, porém, dizem acreditar que a pressão da base eleitoral sobre os parlamentares no período de recesso tem potencial de reverter votos governistas.

“Vamos discutir milimetricamente qual a melhor tática. Temos 150 e faltam 90. Daqui pra o dia 2 falta muito tempo. O bicho vai pegar porque a transmissão é pela Globo e pelos jornais nacionais. Acho que temos chance de admitir a denúncia”, disse o deputado oposicionista José Guimarães (PT-CE).

Durante o recesso, que acaba na terça-feira que vem, parlamentares estão sendo abordados por eleitores. Alguns estão recebendo mensagens no celular cobrando um posicionamento sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Encha o tanque e ajude Temer a comprar mais um deputado! Promoção”, diz uma das mensagens recebidas por um deputado. “Há uma pressão popular muito grande. O povo não vai perdoar, não. Está todo mundo acompanhando”, disse o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Já o deputado federal Silvio Torres (SP), principal aliado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na Executiva do PSDB e o  secretário-geral da legenda, disse ontem que depois da votação da admissibilidade da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara dificilmente os tucanos continuarão no governo.

Torres afirmou que ainda não foi definida a posição oficial do partido sobre a votação da denúncia no plenário, mas disse que a bancada de 46 deputados deve ser liberada, como aconteceu na votação da admissibilidade da denúncia na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Ele avalia que hoje há “ampla maioria” favorável ao desembarque dos quatro ministros tucanos no governo. São eles Bruno Araújo (Cidades), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Luislinda Valois (Direitos Humanos) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores).

“Após a votação o PSDB dificilmente ficará no governo. Teremos a liberdade política de nos articular para 2018. Ficaremos em uma posição crítica de poder fazer a avaliação do atual do governo”, disse.

Segundo o parlamentar, a situação de Temer nos últimos 60 dias, período em que vieram à tona a delação da JBS e as gravações realizadas pelo empresário Joesley Batista, “obrigaram (o partido) a fazer nova reflexão” sobre o apoio ao governo.

Com informações O Povo Online

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