O
senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) saboreou, na tarde de ontem, as primeiras
horas como presidente da República em exercício. Recebeu amigos, conversou com ministros,
atendeu a imprensa.
“É uma plenitude, não tenha dúvidas”, descreveu, em
entrevista por telefone ao jornal O POVO. “Mas é temporário, tenho consciência da
interinidade”, frisou.
Eunício,
que é presidente do Senado, ficará no comando interino do Executivo até amanhã,
durante a viagem de Michel Temer à Alemanha, para encontro da Cúpula do G20. O
cearense disse que não terá agenda externa e cuidará apenas de “despachos
internos, burocráticos”.
No
primeiro dia, no entanto, sancionou a lei que determina que precatórios
depositados há mais de dois anos, não sacados pelos beneficiários, sejam
devolvidos aos cofres públicos. Esse teria sido um pedido de Temer, pouco antes
de ele embarcar para a Alemanha. A medida significa injeção de R$ 8,6 bilhões
na economia. A lei foi aprovada pelo Senado na última quarta-feira.
A
agenda de Eunício no Planalto, no entanto, deverá ser mais política que
administrativa. O cearense é um dos fieis aliados de Temer no Congresso e
poderá dar sequencia à intensa agenda política cumprida pelo presidente nos
últimos dias. “É mais política do que outras coisas, até porque não quero tomar
iniciativas (de gestão) que possam criar algum tipo de embaraço”, disse.
Nos
últimos dias, Temer fez uma maratona de reuniões com deputados, a fim de
garantir apoio na Câmara para barrar a denúncia por corrupção passiva
apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR). Eunício admitiu que
tratará com parlamentares, mas não citou nomes. “Vou conversar com quem me
procurar. Vou receber todos”, disse. Até o fim da tarde de ontem, não constava no
site do Palácio do Planalto a agenda oficial do presidente em exercício.
O
senador não quis comentar o possível agravamento de acusações contra o Temer,
diante da expectativa de “delações-bomba” de antigos aliados do presidente,
como o ex-deputado Eduardo Cunha. “Honestamente, não seria correto da minha
parte falar sobre isso na ausência do presidente”, encerrou.
Pela
linha sucessória, na ausência de Temer, quem assumiria a Presidência da
República seria o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
que está na Argentina. A ausência de Maia foi vista, nos bastidores do
Planalto, como mais um indício de distanciamento em relação a Temer. O
parlamentar tem sido cauteloso e adotado postura de “neutralidade”, já que
assumirá o Executivo federal caso a Câmara autorize abertura de processo contra
Temer.
Com
informações O Povo Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.