No
auge de sua rejeição popular, o governo de Michel Temer (PMDB) parece ter
deixado de lado a lua de mel com o principal aliado, o PSDB.
Um
dia antes de o Ibope divulgar levantamento encomendado pela Confederação
Nacional das Indústrias (CNI) no qual Temer tem apoio de apenas 5% e é
rejeitado por 70% dos entrevistados, o vice-líder do governo na Câmara dos
Deputados, Darcísio Perondi (PMDB-RS), deu um ultimato aos tucanos: ou apoiam o
governo ou entregam os cargos.
“Ou
o partido está com o governo, está com a proposta de um novo Brasil, um governo
reformista. E quem não votar com o Brasil, indo contra a orientação do seu
partido, deve sair. E se não sair, vai ser ‘saído’”, disse. Os números da
pesquisa apontam o índice mais baixo da série histórica do instituto, iniciada
em 1986.
O
deputado Geraldo Resende (PSDB-MS) reagiu às declarações do peemedebista e
defendeu a independência do partido em relação à votação da denúncia da
Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Michel Temer por corrupção
passiva.
Necessitando
de 172 votos para derrotar em plenário a acusação, Temer tem se distanciado
cada vez mais do PSDB, que possui a terceira maior bancada da Casa, com 46
parlamentares.
"Eu
acho que o Perondi, com todo o respeito, precisa cuidar dos votos do PMDB e
deixar o PSDB cuidando dos seus. No nosso partido, estamos contando com a
liberação da bancada para cada um votar com a sua consciência", disse
Resende.
Sobre
os cargos, o discurso é de pouco apego. "Não temos esse apego com cargos.
Já há gente no partido que pleiteia a entrega dos cargos... E não é o Perondi
que vai fazer a condução desse processo", alfinetou.
Mantendo
o discurso da independência em relação ao governo, o deputado Caio Narcio
(PSDB-MG) disse que "o PSDB não é boi de carro para andar tocado".
Segundo ele, "o PSDB não está com o governo em troca de cargos. Ele está
para ajudar o País a sair da crise”.
Com
uma linha mais conciliadora, o deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB) recorreu
à máxima “ruim com ele (Temer), pior sem ele”. “Temer saindo, a oposição vai
garantir a aprovação das reformas? A situação é grave. O PSDB tem
responsabilidade com o País”, disse. O cearense acredita que 26 dos 46 nomes da
sigla devem votar contra o Planalto na próxima semana.
Com
informações O Povo Online
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