Pato amarelo volta à Fiesp após aumento dos impostos sobre os combustíveis (Foto: Débora Melo) |
Um
dia após o governo Michel Temer anunciar o aumento dos tributos, a Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) retomou a campanha “Não vou pagar
o pato”. Nesta sexta-feira 21, a entidade voltou a expor dois exemplares de seu
mascote na fachada do prédio na avenida Paulista e também distribuiu versões
menores do pato àqueles que passavam em frente à sua sede.
A
campanha e o pato amarelo da Fiesp surgiram durante a crise política do governo
Dilma Rousseff, uma reação do empresariado contra a possibilidade da volta da
CPMF para contornar a crise econômica. Em dezembro de 2015, o presidente da
Fiesp, Paulo Skaf, liderou a entidade como uma das fiadoras do processo de
impeachment da ex-presidenta, mas não demonstrou o mesmo entusiasmo após os escândalos
de corrupção envolvendo Temer. "Não cabe à Fiesp falar de renúncia",
disse recentemente.
Nesta
quinta-feira 20, após o anúncio do governo Temer, Skaf divulgou nota endereçada
ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na qual se disse "indignado"
com a medida.
"Ministro,
aumentar imposto não vai resolver a crise; pelo contrário, irá agravá-la bem no
momento em que a atividade econômica já dá sinais de retomada, com impactos
positivos na arrecadação em junho... Todos sabem que o caminho correto é cortar
gastos, aumentar a eficiência e reduzir o desperdício", defendeu.
"Desde
2015 empreendemos forte campanha contra o aumento de impostos, que obteve amplo
respaldo popular, com 1,2 milhão de assinaturas. Conseguimos evitar a recriação
da CPMF e outras tentativas de aumento de impostos...Não cansaremos de repetir:
Chega de Pagar o Pato", concluiu a nota.
A
volta do pato atraiu curiosos para a frente da Fiesp, em busca de fotos e selfies.
Para a estagiária Vanessa, o retorno da campanha após a aprovação da reforma
trabalhista demonstra "falta de vergonha". "Quem está pagando o
pato somos nós. A Fiesp não está pagando o pato e não vai pagar nenhum pato por
enquanto", disse.
Em
visita a São Paulo, o juiz Eli Jorge Trindade, da Paraíba, acha que a volta do
pato é "providencial" neste momento do País. "A população
brasileira já está assoberbada de impostos, de tributos, que oneram demais a
vida do cidadão comum, das pessoa simples, e também dos empresários e dos
empreendedores."
Após
o anúncio, Temer disse acreditar que “a população brasileira irá compreender” o
aumento dos impostos. Se depender do pato, não será uma tarefa fácil.
Publicado
originalmente no portal Carta Capital
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