A
menos de uma semana da votação de denúncia na Câmara, as vitórias políticas
recentes de Michel Temer (PMDB) encontraram um obstáculo: a deterioração do
quadro econômico, com diversos cortes de gastos e aumento de tributo.
A
melhora na economia, caso não se efetive em curto prazo, pode ameaçar a
permanência do presidente, que já enfrenta, na próxima quarta-feira, um teste
de fogo na Câmara, com a votação da denúncia de corrupção apresentada por
Rodritgo Janot, procurador-geral da República.
O jornal POVO apurou que o aumento dos impostos da gasolina tem feito o peemedebista
perder votos na análise da denúncia.
Outro
fator que tem feito parlamentares mudarem posicionamento é a liberação de R$ 13
milhões para o desfile das escolas de samba do carnaval do Rio de Janeiro, além
da queda do repasse a diversas áreas do governo e da possibilidade de atrasar o
reajuste dos servidores.
Nesse
cenário, Temer tem assumido pessoalmente as negociações políticas com
parlamentares “indecisos”. O presidente tem ligado para os deputados durante o
recesso parlamentar para pedir apoio. Em Brasília, interlocutores do
peemedebista e líderes da oposição já trabalham nos bastidores para cabalar
votos a uma semana da votação.
“Queremos
presença grande no dia 2 de agosto para resolver esta questão”, declarou o
deputado Beto Mansur (PRB-SP), ao deixar o gabinete de Temer, onde se reuniu
com os deputados que integram a tropa de choque em sua defesa. Mansur informou
que o cálculo atual é de 280 votos. Na semana passada, o cálculo era de 300.
Carlos
Marun (PMDB-MS) disse que “tem convicção” de que a oposição não chega aos 200
votos. O deputado cearense Aníbal Gomes (PMDB) disse que o presidente tem feito
ligações aos indecisos prometendo que o aumento dos impostos “é por pouco
tempo”.
Líder
da oposição, o deputado José Guimarães (PT) está em Brasília no recesso pedindo
votos pela aceitação da denúncia. Para ele, não há interesse da oposição em
adiar a votação.
“O
governo não tem voto para evitar a abertura da investigação. Estamos
trabalhando corpo a corpo. Ninguém mais do que a oposição tem interesse em
votar a favor”, disse o petista.
Ele
não descartou, no entanto, articulações para evitar quórum. “Vamos analisar
isso na hora. Vai depender da estratégia”, prometeu.
Com
informações O Povo Online
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