Crescem
na Câmara dos Deputados as articulações em torno do presidente da Casa, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), para sua possível ascensão ao comando do Executivo em caso de
queda do presidente Michel Temer (PMDB).
Embora o discurso oficial de Maia seja
o da “lealdade” ao peemedebista, parlamentares afirmam que “é nítida” a mudança
de postura do deputado e que é cada vez mais aberta, no Congresso, a tentativa
de emplacá-lo no Planalto.
Ontem,
Maia minimizou fala do presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati
(PSDB-CE), que defendeu a debandada tucana do governo e disse que Maia poderia
ser uma solução para a crise política e de governabilidade do Brasil. “Eu
aprendi em casa a ser leal, a ser correto e serei com Temer”, disse o
democrata, em Buenos Aires. Questionado sobre o movimento, Maia disse ser “pura
especulação” da imprensa.
Nos
bastidores, entretanto, a postura de Rodrigo Maia seria outra. Circulam
informações de que, nos últimos dias, ele buscou se reunir com agentes
econômicos, analistas de bancos como Santander e Itaú, economistas, diretores
de empresas como a Ventor, dentre outros líderes do mercado. “Ele quer mostrar
que tem estatura, está preparado para a função, que não é verde como sugerem”,
disse um dos agentes que participaram de encontro recente com o presidente da
Câmara, que tem 47 anos e apenas uma passagem pelo Executivo. A informação é do
jornal Valor Econômico.
Em
outra frente de articulações, Maia também teria se comprometido a manter parte
do ministério de Temer, sobretudo na área econômica. Ele, contudo, também é
alvo de inquéritos no STF. Recaem sobre ele citações de delatores da Odebrecht
sobre repasses, via caixa dois, nas eleições de 2008, 2010 e 2012.
O
governo tem minimizado o que chama de “especulações” sobre o comportamento de
Maia, mas resposta às declarações de Tasso Jereissati foi dura e partiu de
várias frentes simpáticas à permanência do PSDB na base do governo.
Um
dos principais defensores de Temer na Câmara, o deputado Carlos Marun disse ao jornal
O POVO que a manifestação de Tasso foi “infeliz, nefasta e antipatriótica”. “Eu
até respeitava o senador, mas depois dessa...”, criticou. Marun reconheceu que
o crescimento do nome de Maia no atual cenário incomoda e que o governo prepara
uma contraofensiva. Questionado sobre detalhes das “armas” que serão
utilizadas, Marun falou em “convencimento”.
Durante
reunião do G20, na Alemanha, Temer foi perguntado sobre a postura de Rodrigo
Maia. O presidente minimizou: “Acredito plenamente nele, ele só me dá provas de
lealdade”, afirmou.
Temer
afirmou que está tranquilo com a posição do PSDB sobre o governo e que tem
“zero” preocupação com uma debandada de membros de sua base aliada.. O PSDB
anunciou ontem que fará uma reunião na próxima quarta-feira para discutir se
desembarcará do governo.
Apesar
da “elegância” do governo em relação a Rodrigo Maia, a base não poupou críticas
a Tasso Jereissati. O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que o
líder nacional do partido não pode tomar “decisões individualmente”. O
vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), disse que a fala de
Tasso “é um absurdo”.
A
manifestação do tucano cearense, no entanto, não foi a única do partido que
incomodou. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) disse, em reunião com
investidores, que “dentro de 15 dias, o País terá novo presidente”.
A
denúncia contra Temer por corrupção passiva será votada em breve na Câmara. Se
a admissibilidade da denúncia for aprovada, Temer é afastado pelo STF por 180
dias, dando lugar temporariamente a Maia.
Com
informações O Povo Online
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