Conselho de Ética confirmou o arquivamento da representação contra o senador Aécio Neves por quebra de decoro parlamentar (Foto: Marcos Oliveira) |
O
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado decidiu ontem (06/07) manter
arquivamento do processo que pedia cassação do mandato do senador Aécio Neves
(PSDB-MG). Os senadores rejeitaram a representação por 11 votos a 4. A decisão
é definitiva, não cabendo recurso ao plenário do Senado.
O
presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB-MA), já havia
decidido pelo arquivamento do processo no dia 23 de junho. Parlamentares da
oposição liderados pela Rede entraram com recurso contra a decisão e reiteraram
o pedido para verificação de quebra de decoro parlamentar. No entanto, os
oposicionistas não conseguiram garantir a maioria dos votos para prosseguir com
a representação.
Para
o líder da Rede, senador Randolfe Rodrigues (AP), o resultado contraria as
decisões tomadas nos últimos anos pelo conselho, que já decidiu pela cassação
do ex-senador Delcídio do Amaral, em 2016. “Eu acho que hoje o instituto da
ética e do decoro parlamentar presente no regimento do Senado pode ser
sepultado. Aliás, a partir de hoje, não faz mais sentido ter Conselho de Ética.
A decisão é completamente contraditória em relação a decisões anteriores do próprio
conselho. Se há ou não havia razão para processar o senador Aécio, porque nós
processamos e cassamos o mandato do senador Delcídio, já que os fatos aqui
elencados são mais graves?”, questionou Randolfe.
O
senador João Alberto negou que tenha sofrido pressão para interromper a
tramitação do processo. “A maioria achou que realmente o presidente do Conselho
de Ética tinha toda razão quando determinou o arquivamento do processo contra o
senador Aécio Neves por falta de provas nos autos. Eu não tenho idade mais para
receber pressão, nós agimos aqui como juízes, nós somos juízes, temos que agir
de acordo com o que dizem os autos. E o que eu li e ouvi, me conscientiza que
não existe absolutamente nada para condenar o senador Aécio Neves.” declarou.
O
senador Aécio Neves retomou seu mandato na terça-feira (4), depois de passar 45
dias afastado do Senado por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Edson Fachin. O afastamento foi motivado pelas denúncias de envolvimento
do senador com o empresário Joesley Batista, investigado pela Operação Lava
Jato. Na última sexta-feira (30), o ministro Marco Aurélio Mello, do STF,
determinou o fim da suspensão e a restituição do mandato ao senador.
Com
informações Agência Brasil
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