Líderes das principais potências mundiais se reúnem para conferência do G20 em Hamburgo, na Alemanha (Foto: Axel Schmidt) |
O
Brasil volta do G-20 sem encontros bilaterais e ainda mais inexpressivo. De
acordo com especialistas, os escândalos de corrupção, a denúncia contra Michel
Temer e o clima de instabilidade política e econômica são os principais fatores
para o desinteresse internacional no País. O encontro anual costuma ser uma
oportunidade de discutir acordos e políticas comerciais.
Muito
além das gafes e dos deslizes cometidos em viagens, a maior falha de Temer na
política externa tem sido a ausência de planos e projetos para tentar recolocar
o Brasil em posição de prestígio. O único encontro que estava marcado seria com
a chanceler alemã, anfitriã do G-20 2017, Ângela Merkel. Mas, diante da
indecisão do presidente sobre a participação no evento, ela acabou desmarcando.
Antes
de decidir ir ao encontro, Temer estudava enviar o ministro da Fazenda Henrique
Meirelles, que tem bom trânsito com representantes da Europa e dos Estados
Unidos. “Acho que foi um erro ele ter feito essa viagem. Primeiro porque a
crise interna se agrava. Houve membros de sua base fazendo declarações
ambivalentes. Segundo porque foi uma viagem decidida às pressas e ele acabou
embarcando mais despreparado”, avalia o analista de relações internacionais do Centro
Universitário Belas Artes de São Paulo, Sidney Ferreira Leite. Ele argumenta
ainda que teria sido mais produtivo a presença de Meirelles, em vez de Temer.
“Ele tem mais respeitabilidade”, completa.
O
internacionalista José Flávio Sombra vê a presença do presidente como uma
obrigação necessária. “Há um certo desconforto tanto na parte econômica, em
crise, e evidentemente no imbróglio politico”, disse. O que deixa Temer
isolado, segundo ele, é o fato de o País estar em declínio, após expectativas
positivas geradas ainda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A época foi
marcada por expansão diplomática e expressividade internacional.
“Há
realmente uma presença ofuscada pelas próprias economias tradicionais e,
sobretudo a China e a Índia, que, ao contrario do Brasil, avançaram bastante”,
pontua. Sombra destaca ainda que a dúvida que paira sobre a duração do mandato
de Temer também contribui pra que ele seja desprestigiado.
Especialista
em relações internacionais, Mônica Martins, da Universidade Estadual do Ceará,
lembra que a imprensa internacional tem acompanhado os escândalos no Brasil, o
que afasta líderes do presidente Temer.
Ela
avalia ainda o peso negativo dos ministros, escolhidos por afinidade política,
em vez de habilidades técnicas, como na gestão do petista Lula. Para Mônica,
eles são despreparados para a função. “Não tem como comparar o atual ministro
(Aloysio Nunes), com diplomatas de carreira, pessoas capacitadas que estudaram
para exercer essa função”, conclui.
No
primeiro mandato de Lula, ainda em 2003, o ministro das Relações Exteriores foi
Celso Amorim. segundo especialistas, ele foi responsável por articulações
internacionais que colocaram o Brasil em local de destaque. Com popularidade
alta e economia crescente, o presidente foi bem recebido pela comunidade
internacional. O governo Lula marcou expansão das teias diplomáticas
brasileiras, inclusive com abertura de novos postos e aproximação com paíes do
eixo Sul (África e América Latina). Nesta época, ainda que fosse apenas uma
potência média, o Brasil exerceu papel de protagonismo em negociações.
Já
no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, houve por parte dela, desinteresse
em fortalecer as relações exteriores. A época foi de enfraquecimento no cenário
internacional e cortes no orçamento do Itamaraty. Apesar disso, ela também
escolheu nomes técnicos, diplomatas de carreira para comandar o ministério.
Com
informações O Povo Online
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