Deputados calculam número de votos necessários para rejeitarem denúncia contra Michel Temer (Foto: Marcelo Camargo) |
Rejeitado
o relatório a favor da admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel
Temer (PMDB), partidos do chamado “Centrão” no Congresso pressionam o Planalto
por ministérios de peso, como reconhecimento da atuação política. Deputados
disseram ao jornal O POVO que os alvos são as pastas de Cidades e Secretaria de
Governo, ocupadas por tucanos. O PSDB votou, em maioria, contra o presidente.
Enquanto
a tese do “desembarque” do governo cresce entre parlamentares da legenda,
partidos como PP, PR e PSD fecharam questão contra a denúncia, aproximando-se
ainda mais de Temer.
Aníbal
Gomes (PMDB-CE), que esteve na Secretaria de Governo ainda ontem, relatou que o
titular Antônio Imbassahy (PSDB-BA) “tenta conversar com o partido e ver se
obtém mais apoio” a Temer.
“Acredito
que, se essa tentativa não der certo, ele possa ceder às reivindicações do
Centrão aí. Certamente dará essa oportunidade”, afirma.
O
deputado sugere que o caso de Bruno Araújo (PSDB-PE), ministro de Cidades, é
mais delicado. O deputado pernambucano “querido por Michel”.
O
jornal O POVO apurou que a indicação de Araújo tinha como objetivo dar firmeza
à atuação da bancada federal tucana em favor de matérias do governo. Hoje,
apático, o ministro já não faria com intensidade o trabalho de articulação no
partido e até aceitaria entregar a pasta, especialmente após veiculação de
denúncias contra Temer.
De
acordo com Betinho Gomes (PSDB-PE), a cobrança dos partidos do Centrão “é
natural”. “É critério do governo entender que tem que dar espaço e ministérios
aos que atuam e jogam esse jogo de ‘sustentação de aço’ da base, e não só de
apoio às reformas”.
Ainda
em cima do muro, PSDB pode sofrer com “expulsão” do governo antes de postura
própria, na avaliação de Betinho.
“Poderia
se posicionar antes de qualquer tipo de movimento que o governo vai fazer.
Seria constrangedor ser expurgado do governo antes de tomar posição nossa. O
certo seria entregar os ministérios, continuar apoiando a pauta de mudanças de reformas”,
complementa o parlamentar, membro da ala que defende o “desembarque”.
O
deputado Fábio Sousa (PSDB-GO), por outro lado, afirma que Temer perderia muito
com mudança no Ministério das Cidades e pode decidir manter o quadro, ainda que
“70% da bancada” tucana já queira deixar o governo. “É uma escolha do
presidente, que ele tem o direito de fazer. Mas vai perder um craque que é o
Bruno Araújo”, afirma.
Com
informações O Povo Online
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