Deputados extinguiram, pela segunda vez, o TCM (Foto: Dario Gabriel)
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Assembleia Legislativa aprovou ontem (20/07), em primeiro turno, proposta de
emenda à Constituição do Estado que extingue, pela 2ª vez em menos de um ano, o
Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Com apenas a votação em 2º turno – de
caráter mais “simbólico” – pela frente, a oposição já articula batalha em nova
frente pela manutenção da Corte: desta vez na Justiça.
“Para
matar o carrapato, mataram o boi”, disse o deputado Sérgio Aguiar (PDT), logo
após o painel eletrônico da Assembleia registrar aprovação da Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) pelo fim do Tribunal por 32 votos a oito. Com
aprovação em 1º turno da medida e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a
Casa entrou de recesso até o início de agosto.
O
placar de ontem é quase o mesmo da primeira votação do tema na Casa, por 31 a
12, em dezembro do ano passado. Desta vez, no entanto, estavam ausentes os
opositores Capitão Wagner (PR), Carlos Matos (PSDB) e Leonardo Araújo (PMDB).
Um
dos críticos da extinção da Corte, Odilon Aguiar (PMB) afirma que o bloco
PMDB-PSD-PMB irá recorrer na Justiça assim que a questão for votada em 2º
turno. “Essa batalha será no Supremo Tribunal Federal (STF). Assim que sair da
Assembleia, vamos recorrer e temos certeza de que essa decisão será anulada”,
afirma.
Segundo
ele, votação de ontem “atropelou” decisão liminar da presidente do STF,
ministra Cármen Lúcia, que suspendeu 1ª PEC do TCM. Também teriam sido
desrespeitados diversos dispositivos do Regimento Interno.
Ex-opositor
hoje mais alinhado com o governo Camilo Santana (PT), o deputado Audic Mota
(PMDB) rebate a tese. “Já houve todas as tentativas possíveis e impossíveis de
judicializar essa questão. E até agora não obtiveram vitória”, afirma.
Para
evitar nova suspensão na Justiça, base aliada tomou uma série de precauções na
nova PEC, que não tramitou em regime de urgência.
Proposta
por Heitor Férrer (PSB) há vários anos, extinção do TCM só conseguiu apoio após
reeleição de Zezinho Albuquerque (PDT) na presidência da Assembleia. Durante o
pleito, houve acusação de que conselheiros estariam pressionando e ameaçando
deputados por apoio ao adversário de Zezinho, Sérgio Aguiar.
Entre
eles, estariam Chico Aguiar, pai de Sérgio, e Domingos Filho, eleito presidente
do TCM com apoio de Chico. Eles negam as acusações. Na Assembleia, opositores
acusam a base aliada de usar a PEC para “retaliação”.
“Isso
não faz sentido. O próprio comentário de que há retaliação insinua que os conselheiros
estão fazendo política, quando não deviam”, diz Osmar Baquit (sem partido),
relator da proposta.
Na
discussão de ontem do projeto, a maioria dos deputados deixou de lado
“argumento oficial” de que a proposta busca trazer economia aos cofres
públicos.
Durante
quase cinco horas de discussão, falas ficaram em torno do racha político que
motivou a extinção da Corte. “Deputados falam em revanche, que foi o governo
que mandou votar, mas não existe guerra de uma tribo só. Tem caciques dos dois
lados”, disse Audic Mota (PMDB).
“Ninguém
se interessou por debate sobre fiscalização, sobre moralidade. Só se
interessaram em matar um adversário político”, disse Carlos Matos antes da
votação, da qual se ausentou.
Já
Renato Roseno (Psol) lamentou a Casa ter “desperdiçado” chance de rever modelo
de indicação de conselheiros do TCM. “Poderíamos ter discutido edital público,
quarentena para políticos, critérios claros para notório saber. Mas nada. A
sociedade merecia mais”.
Autor
da PEC, Heitor Férrer destacou que medida não afetará fiscalização pública, mas
destacou que TCM tem agido como “sede partidária”. “Os servidores irão todos
para o TCE”, diz.
Com
informações O Povo Online
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