Maioria dos ministros do TSE se posicionou contra inclusão de delação da Odebrecht em processo (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom) |
Quatro
dos sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devem abrir caminho
hoje para a absolvição da chapa Dilma-Temer. A maioria do pleno divergiu do
relator Herman Benjamin e se manifestou ontem, informalmente, a favor da
retirada das delações do processo de investigação no Tribunal.
A
medida, que deve ser acatada por maioria do TSE, faz parte de uma das
preliminares das defesas de Michel Temer (PMDB) e da ex-presidente Dilma Rousseff
(PT) com objetivo de anular ou retardar o julgamento. A posição da relatoria
havia sido pela rejeição da questão.
O
posicionamento de cada ministro, a se confirmar hoje no ato do voto, deve
indicar uma primeira vitória do presidente no julgamento.
Com
a retirada dos depoimentos dos executivos da Odebrecht do processo, as bases do
voto perdem substância e pode facilitar uma absolvição da chapa, é o que prevê
a especialista em Direito eleitoral Isabel Mota.
“Se
a Corte entender por excluir, e é o caminho mais previsível, a condenação em si
fica menos provável porque o acervo (de provas) fica menos substancioso”,
argumenta.
Mota,
no entanto, avalia que a possibilidade de não considerar os chamados “fatos
novos” em um processo como esse é defendido por uma corrente forte dentro do
judiciário e não chegaria a ser algo anormal.
“O
ministro Herman tem entendimento de que é possível alargar (apensar fatos novos
ao processo), que foi mencionado algo que foi possível chegar a outro fato. Mas
existe uma corrente maior defendendo o contrário”, ressalta a advogada.
Defendendo
o uso das delações da empreiteira, o relator argumentou que a Odebrecht foi
citada na petição inicial e que não haveria condições de investigar a corrupção
na Petrobras sem considerar a empresa.
O
relator alegou que os advogados queriam excluir a empreiteira do processo
porque “a prova é oceânica, a prova é de documentos”. “Essa é a razão”,
afirmou.
Herman,
que deve concluir seu voto na sessão de hoje, deu os primeiros argumentos de
que houve abuso de poder econômico na campanha de 2014. “As empresas tinham uma
conta-corrente de propina, e os marqueteiros tinham com o partido um fundo
rotativo. É difícil acreditar que esse relacionamento de fundo rotativo era só
do partido do governo”, disse.
Benjamin
ressaltou, em seu voto, o ineditismo do julgamento de uma chapa presidencial.
“É um milagre. Não era para ser. Não haverá outra oportunidade para apurar
fatos dessa natureza aqui” no TSE.
Segundo
ele, no caso da Odebrecht havia um esquema de proteção e sofisticação
específico que só veio à tona com a Lava Jato.
Com
informações O Povo Online
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