Plenário do Senado aprova a proposta de emenda à Constituição (PEC) do fim do foro privilegiado (Fabio Rodrigues Pozzebom) |
O
plenário do Senado aprovou por unanimidade ontem (31/05), em segundo turno, a
proposta de emenda à Constituição (PEC) que extingue o foro especial por
prerrogativa de função para autoridades federais, o chamado foro privilegiado.
A PEC 10/2011 segue agora para análise da Câmara dos Deputados, onde precisará
passar por dois turnos de votação. Dos 70 senadores que votaram, todos se
manifestaram favoráveis.
Com
a aprovação da proposta, cerca de 54 mil autoridades do país poderão passar a
ser julgadas na primeira instância caso cometam crime inafiançável, sejam
condenados por órgão colegiado ou tenham prisão decretada em flagrante delito.
O
relator da PEC, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), comemorou a aprovação e
disse que a pressão toda agora está com a Câmara. Para ele, a sociedade, agora,
deve pressionar os deputados para que analisem a proposta. "A Câmara terá
que dizer se vai atender o anseio da sociedade ou não. Vai ter que dizer se
quer acabar com esse privilégio para os parlamentares e outras autoridades. Tem
uma forte pressão da opinião pública sob a Câmara dos Deputados. E se não tiver
pressão da sociedade e da opinião pública, como teve no Senado, não será
fácil”,
De
acordo com a PEC aprovada hoje pelo Senado, deixam de ter o foro por
prerrogativa de função deputados, senadores, ministros de Estado, governadores,
ministros de tribunais superiores, desembargadores, embaixadores, comandantes
militares, integrantes de tribunais regionais federais, juízes federais,
membros do Ministério Público, procurador-geral da República e membros dos
conselhos de Justiça e do Ministério Público. As únicas exceções são os chefes
dos Três Poderes da União (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Para
viabilizar a votação da PEC, no entanto, Randolfe teve que modificar seu
parecer e manter a autorização das casas legislativas para prisão de
parlamentares. “Meu relatório inicial alterava o Artigo 53 da Constituição, que
trata das prerrogativas de função dos parlamentares. Não foi possível acordo em
relação a isso e, sob pena de voltar para a comissão de Constituição e Justiça,
tive que ceder para que pudéssemos aprovar”, lamentou.
A
partir da promulgação da PEC, um juiz de primeiro grau poderá decretar a prisão
de um parlamentar e caberá à Câmara ou ao Senado, em 24 horas, analisar o
relaxamento ou não da medida. O autor da
PEC, senador Álvaro Dias (PV-PR), também lamentou o recuo, mas ressaltou a importância
da extinção do foro privilegiado. “São mais de 500 ações no Supremo Tribunal
Federal envolvendo autoridades que aguardam uma decisão do Congresso. Se
concluirmos com esse procedimento rapidamente, as ações serão redistribuídas e
vamos evitar que prevaleça a impunidade, em razão da prescrição”.
Com
informações Agência Brasil
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