Absolvido
em julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última sexta-feira (02/06),
Michel Temer pode não ter mais que o fim de semana para comemorar a decisão dos
ministros.
Com diversos outros questionamentos “na fila”, vitória na Justiça
Eleitoral pode até ter aliviado pressão sobre o Planalto, mas está longe de
“livrar” o presidente da crise que ronda o governo.
Com
votações essenciais para sua governabilidade a vista, governo ainda enfrentará
repercussões da prisão de aliados e avanço da delação do lobista Lúcio Funaro,
além da possível apresentação de denúncia da Procuradoria-Geral da República
(PGR) nos próximos dias. Todos testes que devem tornar pequena a vitória no
TSE.
Primeiro
dos desafios de Temer começa já nesta segunda-feira, quando o PSDB se reunirá
para definir nova postura da sigla com o governo. A expectativa é de que o
partido, maior fiador de estabilidade ao governo no Congresso, deixe a base
aliada.
“A
cada dia é um fato novo, não vai parar de ter fato novo nunca. Isso vai mudando
a cabeça dos senadores. Segunda-feira é o limite do PSDB”, disse semana passada
o senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino da sigla. “Se o TSE
absolver Temer e Dilma, a casa cai”, disse o tucano.
Nona
maior bancada da Câmara com 23 deputados, o PRB também marcou reunião para esta
segunda - horas depois do encontro do PSDB. “Estamos acompanhando o movimento
dos demais partidos”, diz o líder da legenda, Cleber Verde (MA).
Vice-líder
do PSD na Câmara, o deputado Domingos Neto (CE) diz, no entanto, que o
“sentimento” entre a bancada é que o PSDB não deixará o governo na segunda. O
deputado também avalia que, mesmo com a saída, o governo continua com condições
de se manter.
O
ponto chave seria que, mesmo deixando a base, o PSDB teria se comprometido a
votar com o governo nas reformas trabalhista e da Previdência - projetos que,
com grande apoio do empresariado, dão hoje “sobrevida” ao Planalto no
Congresso.
Presidente
da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia tem opinião diferente.
“É bastante claro que o presidente perdeu completamente a condição de seguir no
cargo (...) que pacificação (de crise) se espera de um governo que não consegue
sequer 10% de aprovação?”, disse ao jornal O POVO.
Ele
assina pedido da Ordem pelo impeachment de Temer na Câmara dos Deputados, uma
das dezenas de ações semelhantes que devem voltar à pauta nesta semana. Presidente
da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) aguardava decisão do TSE para retomar análise
dos pedidos.
O
presidente da Câmara – um dos principais aliados e articuladores de Temer no
parlamento – tem evitado fazer quaisquer comentários sobre os pedidos ou sobre
decisão do TSE.
Publicado
originalmente no portal O
Povo Online
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