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16 de junho de 2017

Líderes tucanos condicionam apoio do PSDB ao governo Temer

Após o PSDB decidir nesta semana manter o apoio ao governo Michel Temer, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Geraldo Alckmin - dois dos mais importantes expoentes tucanos - reforçaram ontem, em entrevistas ao Estado, condicionantes para continuar na base.

A porta de saída para o PSDB ficou aberta. Para FHC, pesa a sucessão de denúncias contra o governo para mantê-la destrancada Alckmin aponta para a necessidade da realização das reformas e seu êxito. Ambos, no entanto, reforçam que a postura atual do partido não reflete interesses pessoais nem eleitorais.


Segundo Alckmin, apesar de não ter sido unânime, a decisão da Executiva de não abandonar Temer agora em nada tem a ver com a corrida presidencial de 2018. Para o governador paulista, se o foco dos tucanos neste momento fossem as eleições do próximo ano, a solução passaria por uma saída imediata.

Para FHC, a situação do País é “demasiado crítica” para que interesses pessoais tivessem prevalecido durante a reunião das lideranças tucanas em Brasília, na segunda-feira. A legenda participa hoje do governo Temer com quatro ministérios - Relações Exteriores, Cidades, Governo e Direitos Humanos.

No Congresso, o apoio pode representar até 46 votos de deputados e dez de senadores - levando em conta apenas os que estão em exercício. Aécio Neves, por exemplo, está afastado do Senado por decisão judicial, e Aloysio Nunes, porque é o atual chanceler brasileiro.

Após escapar de uma cassação, na semana passada, pelo Tribunal Superior Eleitoral, Temer já calcula os votos que precisará reunir para evitar que a Câmara dos Deputados autorize o Supremo Tribunal Federal a instaurar uma ação penal contra ele. Isso no caso de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar de fato uma denúncia.

De acordo com a Constituição, o presidente só corre o risco de se tornar réu, e ser afastado do cargo, se dois terços dos deputados derem aval. Nesse cenário de dependência do Legislativo, o apoio do PSDB é hoje sinônimo de continuidade do governo. Para Alckmin, no entanto, ainda é cedo para dizer qual deve ser o papel do PSDB diante de uma eventual denúncia. Já FHC ressalta que, até agora, o governo tem sido capaz de obter apoios no Congresso.

Com informações O Povo Online

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