Após
o PSDB decidir nesta semana manter o apoio ao governo Michel Temer, o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Geraldo Alckmin - dois
dos mais importantes expoentes tucanos - reforçaram ontem, em entrevistas ao
Estado, condicionantes para continuar na base.
A
porta de saída para o PSDB ficou aberta. Para FHC, pesa a sucessão de denúncias
contra o governo para mantê-la destrancada Alckmin aponta para a necessidade da
realização das reformas e seu êxito. Ambos, no entanto, reforçam que a postura
atual do partido não reflete interesses pessoais nem eleitorais.
Segundo
Alckmin, apesar de não ter sido unânime, a decisão da Executiva de não
abandonar Temer agora em nada tem a ver com a corrida presidencial de 2018.
Para o governador paulista, se o foco dos tucanos neste momento fossem as
eleições do próximo ano, a solução passaria por uma saída imediata.
Para
FHC, a situação do País é “demasiado crítica” para que interesses pessoais
tivessem prevalecido durante a reunião das lideranças tucanas em Brasília, na
segunda-feira. A legenda participa hoje do governo Temer com quatro ministérios
- Relações Exteriores, Cidades, Governo e Direitos Humanos.
No
Congresso, o apoio pode representar até 46 votos de deputados e dez de
senadores - levando em conta apenas os que estão em exercício. Aécio Neves, por
exemplo, está afastado do Senado por decisão judicial, e Aloysio Nunes, porque
é o atual chanceler brasileiro.
Após
escapar de uma cassação, na semana passada, pelo Tribunal Superior Eleitoral,
Temer já calcula os votos que precisará reunir para evitar que a Câmara dos
Deputados autorize o Supremo Tribunal Federal a instaurar uma ação penal contra
ele. Isso no caso de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar
de fato uma denúncia.
De
acordo com a Constituição, o presidente só corre o risco de se tornar réu, e
ser afastado do cargo, se dois terços dos deputados derem aval. Nesse cenário
de dependência do Legislativo, o apoio do PSDB é hoje sinônimo de continuidade
do governo. Para Alckmin, no entanto, ainda é cedo para dizer qual deve ser o
papel do PSDB diante de uma eventual denúncia. Já FHC ressalta que, até agora,
o governo tem sido capaz de obter apoios no Congresso.
Com informações O Povo
Online
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