Para
“surpresa” do governo, como definiu o próprio ministro-chefe da Secretaria
Geral da Presidência, Moreira Franco, a reforma trabalhista não foi aprovada na
Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.
A derrota de ontem (20/06) por 10 a 9 se
consolidou com três votos de governistas: o peemedebista Hélio José (DF), o
tucano Eduardo Amorim (SE) e Alencar (PSD-BA).
O
Palácio do Planalto contava que teria 11 votos na Comissão, mas, de última
hora, saiu prejudicado na primeira derrota do conjunto de reformas propostos
pelo governo de Michel Temer (PMDB). Apesar do revés, o texto - relatado pelo
tucano Ricardo Ferraço - segue para a Comissão de Constituição de Justiça (CCJ)
e então para o Plenário, onde precisa de maioria simples para ser aprovado.
Antes, já havia tido aprovação na Câmara e na Comissão de Assuntos Econômicos
(CAE) do Senado, presidida por Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Moreira
Franco reconheceu que o resultado foi um “sinal ruim” que cria insegurança e
dúvidas com relação à recuperação da economia. Ele disse ainda que a parte da
base que votou contra “não cumpriu o compromisso”.
“Lamento
muito que essas pessoas, que causaram isso, não tenham dimensionado essa
sinalização (ruim para a economia). E mais, pessoas que se diziam
compromissadas”, afirmou.
O
ministro descartou ainda que o resultado negativo do Senado possa influenciar
votos na Câmara, seja para reforma da Previdência, seja para rejeitar possível
denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer.
Para
o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), a derrota foi fruto de
falta de articulação, em parte, pela ausência de lideranças que viajaram com o
presidente Temer para a Rússia.
“Podia
ter adiado, mas o líder do governo (Romero Jucá) preferiu, mesmo sabendo que
poderia ter essa votação da forma como foi, perdida por um voto, ele optou por
manter o calendário”, lembrou. O senador reafirmou seu compromisso de colocar a
reforma trabalhista em votação ainda neste semestre.
O
próprio líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros tem feito críticas à reforma.
Após o resultado no CAS, ele disse que as mudanças agravam as circunstâncias
econômicas. Além do racha na bancada do PMDB, o próprio PSDB já dá sinais de
afastamento de Temer.
O
senador Eduardo Amorim, voto decisivo na derrota no CAS, afirmou que é a favor
da entrega de cargos e desembarque do governo.
Na
oposição, o líder da minoria na Câmara, José Guimarães (PT), avaliou que o
resulto de ontem é sinal de que a reforma da Previdência jamais passaria. “A
trabalhista tem chance de ser derrota no Senado e se voltar, a gente derrota na
Câmara também. Governo vai ladeira abaixo. Ele se sustentava porque tinha o
mercado financeiro e votos no Congresso. Agora estremeceu tudo”, apontou. Ele
se referia à queda da bolsa e alta do dólar após a votação na CAS.
Para
o analista político da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Paulo
Baía, a derrota foi uma estratégia da própria base para valorizar seus votos e
abrir negociações com o governo. “Na minha avaliação isso representa um jogo
interno para negociar a posição no Plenário, sobretudo do grupo ligado a Renan
e do PSDB. Não é um voto contra a reforma”, avaliou.
Com
informações O Povo Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.