Pré-candidato
à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes minimizou ontem fala do governador Camilo
Santana (PT) de que o ex-presidente Lula (PT) é “o grande nome” do PT e das
esquerdas para ser candidato em 2018.
Apesar de classificar opinião do petista
como “natural”, o ex-ministro insinuou que Camilo teria feito a declaração para
evitar polêmicas.
“Vejo
com naturalidade. O Camilo é do PT, estava em uma reunião do PT. O que ele pode
dizer se um jornalista pentelho tipo você chega e pergunta isso para ele? Vai
dizer que não, que o candidato dele é o Ciro? Aí vai gerar uma polêmica”, disse
Ciro, após participação em evento da Prefeitura de Fortaleza com ex-ministro
Mangabeira Unger. Fala de Camilo, entretanto, foi espontânea, quando estava
discursando em ato.
“O
que eu posso dizer é que vou apoiar o Camilo para governador, e ele
naturalmente vai saber o que fazer. A responsabilidade maior dele é governar o
Ceará. Mas essa situação com o partido dele eu respeito e compreendo”, diz.
Em
evento do PT em Fortaleza na quinta-feira, Camilo subiu em palanque com
lideranças do partido e defendeu nome de Lula para 2018. No passado, ele chegou
a receber críticas de correligionários por não apoiar incisivamente o petista e
chegou a receber convites de outros partidos para deixar o PT.
Ciro
Gomes também comentou acúmulo de crises em torno do presidente Michel Temer
(PMDB), citado na última semana em depoimento do lobista Lúcio Funaro à Polícia
Federal. Segundo o ex-ministro, o peemedebista só continua no cargo pois
estaria utilizando da influência do cargo, “de forma republicana e de forma não
republicana”.
“Ele
transformou a Presidência da República em um bunker para garantir sua própria
sobrevivência fora da cadeia. Isso é uma tragédia para um País que está
precisando refletir sobre economia, sobre o desemprego em massa, sobre as
mazelas da violência”, avalia.
O
ex-ministro também elogiou decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF)
que fortalece instituto das delações premiadas no âmbito da Operação Lava Jato.
“Está correto, em linha com a melhor legislação sobre o assunto”, disse.
Ele
destaca, no entanto, que delações não podem, por si só, acarretar na condenação
de pessoas citadas. “Você não pode condenar ninguém só porque um criminoso, que
está atrás de receber atenuação da pena, a entregou. É preciso que a estrutura
do Estado tome aquilo e transforme em provas”, afirma.
O
ex-ministro também defendeu o irmão, o ex-governador Cid Gomes (PDT), acusado
de articular propinas em delações da JBS. “Tem que apurar, acho que tem que
apurar tudo. Mas é importante destacar que o próprio Cid, por exemplo, no dia
seguinte às acusações, chamou entrevista coletiva e mostrou com documentos que
nunca pediu um centavo para si”, diz.
“Mas
não se pode confundir o caso do Cid, que foi citado e mostra documentos
contestando, com gravações, como tem do Aécio Neves e do Michel Temer,
acertando mala de dinheiro”.
Com
informações O Povo Online
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