Mesmo
com as chuvas consideradas dentro da média histórica neste ano, as
precipitações foram insuficientes para a recarga das principais bacias do
Ceará. O Castanhão, por exemplo, principal fonte abastecedora da Região
Metropolitana de Fortaleza (RMF), voltou ao nível de 5,49%, o volume mais baixo
desde março deste ano. A situação também preocupa devido à suspensão de
liberação de águas do Orós para o açude. Ainda assim, o Governo do Estado
garante que há abastecimento para a Capital até meados de 2018.
De
acordo com Camilo Santana (PT), o que garantirá segurança hídrica para o ano
que vem é o avanço das obras de transposição de águas do São Francisco. “Nós
estamos fazendo uma série de ações para que a gente possa garantir o
abastecimento da Região Metropolitana, mas o que vai nos dar segurança é a
chegada das águas do São Francisco. Nós vamos trabalhar de todas as formas, com
muita responsabilidade, para que não haja racionamento porque é um transtorno
muito grande para a população”, afirmou o chefe do executivo durante a
inauguração de obra do Cinturão das Águas no sábado, 10.
Na
ocasião, o titular da Secretaria dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira,
citou a irregularidade das chuvas. “Os maiores açudes, Orós, Castanhão,
Banabuiú, não tiveram recarga significativa. O sistema metropolitano aumentou
de 14% para 49%, garantindo o abastecimento até o segundo semestre de 2018 na
região. Mas a situação é crítica ainda”, considerou.
Em
fevereiro, o Castanhão chegou ao nível mais baixo desde que começou a encher em
2004, ficando com 4,93% da capacidade no dia 9. Do dia 11 de fevereiro em
diante, começou a subir de volume até alcançar 6,09% no dia 5 de abril. Com
pouca recarga, vem sofrendo diminuição constante no volume desde o começo de
maio.
O
açude é o maior do Ceará, abastecendo diretamente a RMF pelo Eixão das Águas. É
para ele que as águas da transposição devem se destinar quando alcançarem o
Ceará. “É a mesma coisa de você ter uma caixa d’água ligada com uma fonte
permanente. Mas não temos um rio permanente no Ceará”, compara Ramon Rodrigues,
secretário-adjunto dos Recursos Hídricos (SRH). Segundo ele, a expectativa é
que o Governo Federal resolva pendências da obra para que as águas cheguem ao
Estado no início de 2018.
Assim,
a estratégia é utilizar as fontes disponíveis para abastecer o sistema
metropolitano, que se beneficiou das chuvas de 2017, comenta Rodrigues. Poços
na região de dunas do Cauípe e aproveitamento das barragens de contenção de
cheias, como no Maranguapinho e no Cocó, são algumas destas saídas.
A
tarifa de contingência para os consumidores da Companhia de Água e Esgoto do
Ceará (Cagece) é outra ação a ser mantida, complementa o secretário-adjunto.
“De 2014 para cá, houve diminuição do consumo (de água) da ordem de 20%. Isso
precisa continuar e vamos pedir a colaboração da população para que tenhamos o
uso racional da água”, declara Rodrigues.
Com
informações O Povo Online
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