Cumprindo
a promessa de punição aos deputados da base que votaram contra a reforma
trabalhista na Câmara dos Deputados, o presidente Michel Temer (PMDB) iniciou
série de exonerações de apadrinhados dos políticos considerados traidores.
As
demissões de pelo menos cinco indicados a cargos foram publicadas no Diário
Oficial da União (DOU) de ontem (02/05), uma delas no Ceará.
Integrantes
do Governo afirmam, porém, que o número de exonerações é maior que 30 e que a
maioria já aconteceu, mas ainda não foi publicada no DOU. A estimativa de Temer
é de que houve cerca de 70 traições, mas o número de punidos não deve chegar à
metade.
Isso
porque o objetivo é mirar nos votos tidos como “irrecuperáveis”, daqueles
deputados que também não irão votar a favor da reforma da Previdência, e servir
de exemplo aos partidos que registraram grande número de infiéis.
A
medida serve ainda como forma de pressionar indecisos sobre as mudanças na
Previdência, cuja votação na comissão da Câmara deve acontecer já nesta semana.
Temer deve reunir-se pessoalmente com as bancadas menores para conseguir mais
votos favoráveis.
Foram
três os deputados federais cearenses da base que votaram contra a reforma
trabalhista: Cabo Sabino (PR), Ronaldo Martins (PRB) e Vitor Valim (PMDB). Com
posição contrária às duas reformas, os parlamentares se enquadram na categoria
de “votos irrecuperáveis”.
Até
ontem (02/05), somente Valim teria tido um apadrinhado demitido, o
superintendente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) do Ceará, Maximiano
Leite Barbosa. O deputado, porém, negou a indicação.
“Até
tenho grande admiração e amizade com ele, mas não fui eu que indiquei”,
afirmou. A reportagem tentou contato com a Funasa, que não atendeu as ligações.
Maximiano não foi localizado.
Valim
admitiu pressão do partido para mudar o voto, mas nega ter traído o Governo.
“Em dezembro de 2016, eu já me manifestei contra a reforma da Previdência e do
trabalho, não foi surpresa para o partido meu voto”, disse. “Não considero
traição votar a favor do trabalhador”, continuou o deputado.
A
posição é a mesma de Sabino. “O Governo Temer sabe que eu venho da luta sindical,
eu não poderia votar contra a minha gente”, respondeu ao O POVO.
Com
informações O Povo Online
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