Claro
que ainda é cedo para qualquer prognóstico; no entanto, a pesquisa do Instituto
Datafolha sobre a intenção de voto para presidente nas eleições de 2018 é mais
uma má notícia para o concerto político que sustenta o Governo Temer.
Mesmo
com alta rejeição (45%), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece em
primeiro lugar - com 30% das intenções de voto - nas duas simulações
apresentadas ao eleitor pelos pesquisadores. Em segundo lugar fica o deputado
federal de extrema direita Jair Bolsonaro (PCS-RJ), empatado com Marina Silva,
com algo em torno de 15% dos votos.
O
PSDB fica muito mal na pesquisa - com Geraldo Alckmin, Aécio Neves ou o
enfezadinho João Doria - e vê seu sonho presidencial esvair-se. O PMDB, pode-se
afirmar com segurança, está fora do páreo: aprovadas ou não as reformas, Temer
vai terminar o mandato com déficit de popularidade.
Quanto
a Bolsonaro, ele “jamais terá base majoritária para vencer uma eleição”, afirma
um dos mais importantes líderes do PT, Tarso Genro, que também é estudioso da
política. Eu não apostaria nisso, pois, segundo Albert Einstein, há duas coisas
infinitas: o universo e a estupidez humana; porém, o gênio da física dizia ter
dúvidas quanto ao universo.
Mas
a pergunta é: por que, depois da peia que Lula levou da Lava Jato, da
implicância do juiz Sergio Moro, das buscas da Polícia Federal, dos inquéritos
do Ministério Público, das acusações de corrupção - e até do inolvidável Power
Point do procurador Deltan Dallagnol -, ele ainda continua como o preferido dos
brasileiros para voltar a governar o País?
Uma
possível explicação é que as pessoas sentem saudades da estabilidade do governo
dele, quando os pobres receberam o seu quinhão e os ricos continuaram faturando
alto. A outra é que, olhando-se a paisagem política, vê-se a multidão de
políticos metidos em algum malfeito. Entre eles, Lula talvez figure como o
menos pior na visão dos pesquisados.
Publicado originalmente O Povo Online
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