Cerca
de 1.500 homens do Exército vão atuar para conter manifestantes (Foto: Fábio Campanato)
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Elemento
que faltava para a pressão política atingir ápice, grandes manifestações de rua
paralisaram ontem (24/05) Brasília e a saída encontrada pelo governo Michel
Temer (PMDB) convocar as Forças Armadas. Com cenas de violência e uma Esplanada
dos Ministérios em chamas, protestos levam crise para o “quintal” do presidente
e levantam dúvidas sobre sua capacidade de tocar reformas que até agora lhe
garantiam sobrevivência política.
Organizado
para pedir a renúncia de Temer e protestar contra reformas da Previdência e
trabalhista, ato começou pacífico e acabou em conflito após manifestantes
alcançarem bloqueio da Polícia próximo ao Congresso. Após horas de confronto,
ação acabou com pelo menos 49 feridos - entre eles um homem baleado - e sete
pessoas presas.
Conflito
maior ocorreu na Esplanada dos Ministérios, com depredação da fachada da sede
de sete pastas, além de um incêndio no Ministério da Agricultura. Após
acirramento dos ataques, servidores foram retirados e o governo publicou
decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) autorizando o uso das Forças
Armadas nos atos.
Protestos
levam crise para o "quintal" de Temer e levantam dúvida sobre a
capacidade em tocar reformas que lhe dão sobrevivência
“Em
nenhum momento houve iniciativa por parte dos manifestantes. O que vi foi uma
PM completamente descontrolada. Começaram jogando spray de pimenta, o que
terminou em tumulto”, diz Ana Paula Cavalcante, que acompanhava atos com grupo
do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará.
Recuando
para o gramado do Congresso, manifestantes incendiaram pontos de ônibus e
formaram barricadas com banheiros químicos. Já a polícia avançou com balas de
borracha, bombas de gás lacrimogêneo e cavalaria.
“Tinha
cavalaria, cães treinados, tinha de tudo aqui. Estávamos todos cercados.
Vivemos um dia de ditadura”, diz Enedina Soares, presidente da Federação de
Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Ceará (Fetamce).
O
governo rebate, dizendo que manifestação “degringolou na violência, no
vandalismo, no desrespeito, na agressão ao patrimônio público e na ameaça às
pessoas”.
Segundo
centrais sindicais, mais de 100 mil pessoas participaram do ato. Já a Polícia
Militar contabiliza 35 mil. Protestos também foram registrados em outras
cidades do País.
Convocação
das Forças Armadas também gerou tumulto no Congresso, com a oposição travando a
pauta da Câmara e do Senado. Depois dos protestos, líder de Temer no Senado,
Romero Jucá (PMDB-RR) criticou “marginais” e afirmou que o governo deve seguir
com votação de reformas.
Principal
fiador de estabilidade no Congresso, o PSDB conteve ontem nova pressão de
setores do partido que cobram saída imediata da base.
No
Judiciário, a defesa de Temer pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que
ele seja interrogado na Corte apenas após a conclusão do laudo no áudio da
conversa com o empresário Joesley Batista, o que foi atendido.
Com
informações O Povo Online
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