O
presidente Michel Temer disse hoje (18/05) que não irá renunciar ao cargo e exigiu
uma investigação rápida na denúncia em que é citado, para que seja esclarecida.
"Não renunciarei. Repito não renunciarei", afirmou em pronunciamento,
no Palácio do Planalto.
“Sei
o que fiz e sei da correção dos meus atos, e exijo investigação plena e muito
rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Essa situação de dúvida não
pode persistir por muito tempo”, disse Temer, em pronunciamento.
Foi
a primeira fala do presidente após divulgação na noite de ontem (17/05) de
reportagem do jornal O Globo em que é citado. A reportagem diz que em encontro
gravado, em áudio, pelo empresário Joesley Batista, o presidente teria sugerido
que se mantivesse pagamento de mesada de Batista ao ex-presidente da Câmara,
Eduardo Cunha, e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio.
Cunha está preso em Curitiba.
Hoje,
o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin homologou a delação
premiada dos irmãos Joesley Batista e Wesley Batista, donos do grupo JBS,
firmada com o Ministério Público Federal (MPF) e abriu inquérito para
investigar o presidente Michel Temer.
Segundo
Temer, a investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) será território onde
surgirão todas as explicações e nunca autorizou ninguém a usar seu nome
indevidamente. “No Supremo, demonstrarei não ter nenhum envolvimento com esses
fatos”, disse.
Temer
negou ter concordado com pagamentos a Eduardo Cunha. Afirmou ainda que não teme
delações premiadas. “Em nenhum momento autorizei que pagasse a quem quer que
seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém. Por uma razão
singelíssima. Exata e precisamente porque não temo nenhuma delação. Não preciso
de cargo público nem de foro especial. Nada tenho a esconder, sempre honrei meu
nome”, disse em tom enérgico.
No
pronunciamento, Temer disse que seu governo "viveu nessa semana seu melhor
e seu pior momento". O presidente citou a queda da inflação, dados de
geração de empregos, avanço das reformas Trabalhista e da Previdência no
Congresso, ocorridos em sua gestão, e que isso não poderia ser perdido. “Todo o
imenso esforço de retirar o país da recessão pode ser tornar inútil. E não
podemos jogar no lixo da história tanto trabalho feito em prol do país”.
Ainda
ontem, depois da divulgação da reportagem, Temer se reuniu com os ministros
Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo; Eliseu Padilha, da Casa Civil;
Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência da República. Também
estiveram na reunião assessores da Secretaria de Comunicação da Presidência.
Era
esperado um pronunciamento do presidente ontem (17/05), porém cerca de uma hora depois
do início da reunião, o Palácio do Planalto divulgou nota, na qual Temer negou
as acusações. Hoje, o presidente explicou que só veio a público no dia
seguinte, porque esperava o envio do conteúdo da delação dos irmãos Batista
pelo STF, o que ainda não ocorreu.
“Ressalto
que só falo agora dos fatos que se deram ontem porque tentei conhecer primeiramente
o conteúdo de gravações que me citam. Solicitei oficialmente ao Supremo
Tribunal Federal acesso a esses documentos, mas até o presente momento não o
consegui”.
Com
informações Agência Brasil
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