Marcando
mais uma troca de “afagos” entre Camilo Santana (PT) e o senador Tasso
Jereissati (PSDB), o governador defendeu indicação do tucano no caso da queda
de Michel Temer com eleições indiretas para presidente.
Defensor
da tese de eleições diretas e até de boicote no caso de uma escolha via
Congresso, o PT do Ceará diverge do governador, mas evitou comentar as
declarações.
“Se
houver uma eleição indireta, entre os nomes que existem no Congresso, o Tasso
hoje é um dos mais respeitados e para o Ceará será muito bom”, disse o petista
ao “Blog do Eliomar”, do jornal O POVO. Não é a primeira troca de elogios entre
ambos: em janeiro, o senador elogiou chegou a dizer que Camilo teria “jeitão de
tucano”.
Questionado
se ele se consideraria um “petista tassista”, Camilo desconversou: “Sou um
governador que defende o Estado do Ceará. Quanto mais a gente estende essas
disputas políticas, nesse momento, se agrava o problema no País e quem perde
com isso é a população. É o desemprego. É a possibilidade da volta da inflação.
É a falta do crescimento do País”.
Desde
o início desta semana, cresceram especulações em torno do nome de Tasso em caso
de eleição indireta. Nos últimos dias, o senador, hoje presidente interino do
PSDB, tem viajado pelo País para ouvir caciques do partido e decidir sobre
possível saída de tucanos do governo Temer.
Os
encontros tratam de articulações entre lideranças da base aliada para um
possível cenário “pós-Temer”. Além de Tasso, nomes como Rodrigo Maia (DEM-RJ) e
o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso são cotados.
Indicação
de Tasso ainda obteve apoio de dentro da gestão Roberto Cláudio (PDT).
Secretário do Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira (PPS) lançou nota
defendendo o tucano e o senador Cristovam Buarque (PPS) como vice. “Tasso e
Cristovam são dois homens públicos honrados, sem máculas e comprometidos com a
democracia”, disse.
Declaração
de Camilo abre também novo constrangimento entre posições do governador e do PT
no Ceará. Presidente do partido no Estado, Francisco de Assis Diniz evitou
repercutir fala do governador, mas destacou que ela vai de encontro ao que a
sigla defende. “Ele não está falando em nome do partido, nós defendemos que não
há legitimidade no Congresso para definir o presidente”, diz.
Ex-secretário
da Cultura do Estado e próximo de Luizianne Lins no partido, o vereador
Guilherme Sampaio afirma que postura de Camilo “não gera nenhum problema novo”.
“Não é a primeira opinião divergente do governador com o partido (...). Eu,
como militante, teria a expectativa de que ele fosse muito enfático na defesa
de eleições diretas, ele perdeu essa oportunidade”, criticou.
Voz
mais afastada do governador na gestão, a deputada Luizianne Lins é defensora da
tese de eleições diretas. Em nota, a ex-prefeita associa escolha indireta com a
“elite” e diz que a medida focaria na aprovação das reformas trabalhista e da
Previdência.
“Os
que defendem eleições indiretas querem, na verdade, interditar esse debate”,
afirma.
Com
informações O Povo Online
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