O
presidente Michel Temer e seu governo decidiram manter o fogo alto da crise
política, mesmo nos dias em que a dinâmica normal dos fatos parecia caminhar
para lhe oferecer uma folga.
Ontem,
por exemplo, nada surgira no noticiário para oxigenar o quadro de pressão
permanente sobre o Palácio do Planalto, até que de lá mesmo veio a bomba do
domingo: Osmar Serraglio estava fora do Ministério da Justiça, anunciando-se
para seu lugar Torquato Jardim, até então titular da Transparência.
Depois
de um disse-me-disse alimentado pela flagrante descoordenação governista, foi
confirmado que haverá apenas troca de cadeiras, ou seja, que Serraglio passa a
comandar a pasta de Jardim. Não há um porquê oficial para a mudança, restando
especular.
O
grupo do PMDB assumiu o poder, no pós impeachment, prometendo condições de
“estancar a sangria” representada pela Lava Jato, o que passava por um novo
controle sobre a Polícia Federal. Até hoje não conseguiu, objetivamente, dar um
passo efetivo nesse sentido.
Torquato
Jardim, portanto, já tem sua primeira missão no novo cargo e precisará de muita
ousadia para executá-la, em meio a uma crise ainda mais agravada com a inclusão
recente do próprio presidente da República como personagem central.
Publicado
originalmente no portal O
Povo Online
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