Imagem de Moro e Aécio viralizou nas redes sociais em junho de 2016 (Foto: Adriana Spaca) |
As
“ações controladas” da Operação Lava Jato, de iniciativa da Procuradoria-Geral
da República e do Supremo Tribunal Federal, que constituíram provas materiais
contra o senador tucano Aécio Neves e o presidente ilegítimo
Michel Temer, desmascarou de uma
vez por todas a parcialidade do juiz Sergio Moro e dos procuradores da
“República de Curitiba”.
Não
estamos falando de PowerPoint com convicções para ser exibido de forma
espetaculosa pela mídia, mas de provas documentais, de amplo e farto material
fotográfico, áudios e vídeos, dinheiro rastreado, malas com chips, enfim, todo
um processo de investigação sigiloso da Polícia Federal que comprovou esquemas
de propina e corrupção envolvendo dois importantes nomes da política nacional.
Desde
o início da Lava Jato, Aécio e Temer foram citados dezenas de vezes em
depoimentos de réus, delatores e investigados da operação, apareceram em
diversos diálogos gravados por operadores de esquemas de corrupção na
Petrobras, Furnas, Caixa Econômica Federal, mas nada foi suficiente para que a
seccional da Lava Jato de Curitiba tomasse qualquer providência contra eles.
Quem
não se lembra das gravações de áudio a envolver o ex-presidente da Transpetro,
Sérgio Machado, e o então ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR)
Eles
revelaram que o impeachment da presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff,
era parte de uma estratégia para “estancar a sangria” da Lava Jato. Além disso,
foram realizadas citações contundente envolvendo Aécio Neves, naquele momento
citado cinco vezes na operação. “Quem não conhece o esquema do Aécio?”,
pergunta Machado a Jucá. Pelo visto, Moro era o único que não conhecia ou
fingia não conhecer tal esquema.
Várias
vezes o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) dirigiu perguntas a
Temer. A sociedade brasileira sabia que o conteúdo das perguntas tinha o
sentido de pressionar e chantagear Temer. Cunha fazia essas perguntas para
deixar claro que sabia muito e que seu silêncio era muito valioso.
E o que fazia Moro com essas perguntas? Engavetava. Em vez de agir como juiz,
Moro atuava como advogado de defesa de Temer, a exemplo de quando impugnou 21
das 41 questões levantadas por Cunha. Moro chegou a cometer o absurdo de dizer
que o roteiro das perguntas de Cunha era um “episódio reprovável” e “tentativa
de intimidação da Presidência da República”.
Diferente
desse joguete de compadres com corruptos do PSDB e do PMDB, Moro não hesitou em
fazer da Lava Jato uma trincheira de perseguição jurídica e política contra
Lula, Dilma e o PT.
Em
todo o tempo, Moro preocupou-se tão somente em fazer o uso político da operação
para vazar delações e fazer escutas ilegais e influenciar o cenário político
nacional. Em um momento crucial do processo de impeachment contra Dilma, Moro
vazou para a Globo diálogos da presidenta com o ex-presidente Lula. Apesar do
diálogo não ter absolutamente nada de comprometedor, foi decisivo para o
desfecho do processo, tornando-se um episódio emblemático da atuação política
persecutória de Moro.
Em
vez de investigar, qual era o uso que Moro dava às delações? Com auxílio da
mídia, as utilizava de modo ilegal e discricionário a partir do calendário
político-partidário. Ora, as delações eram vazadas em momentos em que a população
brasileira ia às ruas em atos pró ou contra o impeachment, em véspera de
eleições, em momentos-chave da política nacional.
E
por que Moro nunca optou por um processo investigatório profundo? Sabia e sabe
que se desse um passo para além de delações sem provas inocentaria Lula. Não
poderia continuar com o discurso farsesco de que o ex-presidente é o chefe de
um esquema criminoso na Petrobras, dono de um tríplex que não lhe pertence,
dono de um sítio que não lhe pertence, enfim, com acusações sem lastro
comprobatório de que o Instituto Lula teria adquirido um terreno que nunca foi
comprado. Um processo investigatório sério que buscasse provas, certamente
inocentaria Lula, o que não interessa e nunca interessou à “República de
Curitiba” e àqueles que tramaram um golpe contra a democracia.
A
ação da PGR e do STF deixa clara a parcialidade de Moro, a conveniência de suas
ações ao sabor da conjuntura política, não tendo em nenhum momento a
responsabilidade que o Poder Judiciário
exige de investigar os fatos e elucidar os supostos crimes denunciados.
E
o que faz o juiz de Curitiba após as avassaladoras provas contra Temer e Aécio?
Tenta de modo desavergonhado manter uma narrativa furada de que “não havia, na
época da decisão, qualquer notícia do envolvimento de Temer nos crimes que
constituem o objeto daquela ação penal”.
Definitivamente,
Moro foi desmascarado. A casa da Lava Jato de Curitiba caiu.
Publicado
originalmente no portal Carta Capital
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.