Os
ataques do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), ao governo do
presidente Michel Temer têm gerado desconforto na bancada - a maior da Casa,
com 22 integrantes.
A
avaliação é de que Renan precisa assumir uma postura de liderança, e não
transferir problemas pessoais aos correligionários. Apesar disso, a maioria dos
descontentes evita o enfrentamento com o parlamentar, que mantém o prestígio e
a influência de quem já foi quatro vezes presidente do Senado.
Em
jantar na última terça-feira (04/04) na casa da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), Renan
reuniu mais da metade da bancada e afirmou que o “presidente Michel Temer não
tem para onde ir”. O evento foi organizado pelo senador em busca de apoio. No
dia seguinte, Renan repetiu a frase na tribuna do plenário.
“Você
é nosso líder, não pode trazer os problemas de Alagoas para dentro da
bancada”, afirmou a senadora Kátia Abreu.
“Eu
fiz uma manifestação a partir da minha percepção e pela convivência que tive
com os dois, a Dilma e o Temer. A presidente Dilma sempre me passou a impressão
de que não sabia para onde ir”, disse Renan.
E
completou: “O presidente Michel Temer, com essa política econômica de arrocho,
de juro alto, de aumento de imposto, de recessão, de desemprego, se não mudar,
está passando a percepção que não tem para onde ir. Ou seja, a presidente Dilma
não sabia para onde ir e o presidente Michel Temer não tem para onde ir com
essa política recessiva”.
Após
o pronunciamento, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) repreendeu o líder. “Ele
repetiu ao microfone o que disse ontem (antes de ontem), só que aqui ele é
líder da bancada. Perguntei se ele me consultaria para saber se eu também
pensava dessa forma”, disse Rose.
Ainda
durante o jantar na casa da senadora Kátia Abreu, alguns senadores teriam
reclamado da pressão feita pelo Palácio do Planalto pela aprovação da reforma
da Previdência. A avaliação é de que a cúpula do governo, o presidente Michel
Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco
(Secretaria-Geral) não entendem a situação dos congressistas porque
não dependem do voto popular.
"Nenhum
deles é candidato a nada e nas últimas eleições que disputaram, perderam.
Agora, querem cobrar dos parlamentares. Estão pedindo o que não vão
ganhar", afirmou um peemedebista que participou do encontro.
Com
informações O Povo Online
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