Um dos cartazes divulgados pela CUT/Ceará nas redes sociais |
Greve
geral convocada por centrais sindicais de todo o País, em ato na próxima
sexta-feira, (28/04) contra as reformas da Previdência e Trabalhista, tem
adesão de categorias na capital cearense. Segundo a Central Única dos
Trabalhadores do Ceará (CUT-CE), além de sindicatos que já anunciaram
paralisação, como de bancários e professores, outros devem definir posição
ainda nesta semana.
Em
Fortaleza, ato terá concentração na Praça Clóvis Beviláquia, às 8 horas da
sexta-feira (28/04) e percorrerá o Centro durante a manhã. Membro da direção
executiva da CUT-CE, Gardênia Baima afirma que são esperadas caravanas de toda
a Capital, no ato que deve servir de “alerta” para que parlamentares “repensem
seus votos, possam ter olhar para seus eleitores, que cobram posição de cada um
dos deputados que elegeram”.
“É
uma data histórica dos trabalhadores. Não há porque acordo com nenhuma
flexibilização da legislação que já está em vigor. A CLT, os estatutos dos
servidores, são conquistas. Não deve haver nenhum passo atrás nos direitos já
conquistados. O que o governo de Michel Temer (PMDB) propõe é a retirada e o
fim da aposentadoria solidária, que hoje garante o mínimo para os
trabalhadores, seus dependentes”, complementa Gardênia.
Ela
diz ainda que a CUT-CE acredita que “a resposta dos trabalhados vai ser mesmo
de greve geral” e que comerciários devem se unir ao ato no Centro de Fortaleza
com a movimentação da manifestação do dia 28.
José
Guimarães classifica a PEC da reforma da Previdência como “um desastre” e vê
traços de paralisação. “Os principais setores da economia, portuário, de
transporte rodoviário e urbano, comércio... (todas as informações) são no
sentido de que o Brasil vai parar”, argumenta.
Ontem (24/04),
Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Ceará (Sintro)
anunciou que reunião na próxima quinta (27/04), deve definir a forma de
participação da categoria nas mobilizações. A adesão à greve já foi aprovada
tanto pela categoria dos motoristas de transporte rodoviário interurbano quanto
pela Federação Nacional dos Rodoviários.
De
acordo com o Sindicato União dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza
(Sindiute), professores da rede municipal e estadual de educação também devem
parar aulas no dia. Servidores de universidades federais também irão se juntar
à paralisação.
O
Sindicato dos Bancários do Ceará deliberou em assembleia, na última
quarta-feira (19/4) participação da categoria nas mobilizações de greve. De
acordo com o presidente Carlos Bezerra, 134 bancos no Estado, em mais de 600
agências, devem parar serviços durante a greve geral.
Distantes
desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, nove centrais sindicais
voltaram a se aproximar e reuniram-se ontem para organizar a paralisação geral
em todo o País. Em São Paulo, ônibus e trens do metrô devem parar por 24 horas.
A greve deve ter adesão de parte do setor privado, como dezenas de escolas
particulares.
A
paralisação dos transportes na maior cidade do país é a principal aposta dos
sindicalistas para intensificar o impacto da greve geral. O presidente do
sindicato dos motoristas de São Paulo, José Valdevan de Jesus Santos, o
Noventa, afirmou que os ônibus não sairão das garagens durante toda a
sexta-feira. O Sindicato dos Metroviários afirmou que os trens do metrô também
ficarão fora de circulação por 24 horas.
A
última greve geral, segundo a CUT Nacional, aconteceu em 1996, durante o
primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A maior,
entretanto, aconteceu entre os dias 14 e 15 de março de 1989, onde, segundo
centrais sindicais, 70% da população teria paralisado atividades. O comando
unificado da greve avaliou em US$ 1,6 bilhão o prejuízo causado pela
paralisação nos dois dias, em valores da época. Naquele ano, a economia sofria
com inflação acumulada ficou em 1.782,9%, a maior taxa já registrada na
história do País.
Com
informações O Povo Online
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