Em
vídeo, o bispo do Crato, Dom Gilberto Pastana, convoca população para ato
contra reformas de Michel Temer (Reprodução Facebook)
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Mais
de 400 bispos estão reunidos em Aparecida, São Paulo, para a Assembleia
Nacional em que deverão redigir mais um documento unificado contra as reformas
da Previdência e trabalhista propostas pelo governo do presidente Michel Temer.
A militância de alguns clérigos já começou pelas redes sociais. Eles pedem que
os fiéis se unam em paralisação geral do dia 28 de abril.
O bispo Dom Gilberto Pastana, da Arquidiocese do Crato, gravou vídeo
convidando a população para participar de ato “A Caminhada pela Vida contra a
Reforma Previdência e Trabalhista” em Juazeiro do Norte, às 16 horas.
“Diga
sim a vida e diga não à exclusão, à morte, à possibilidade da perda de direitos
conquistados por todo o povo de Deus”, enfatizou o sacerdote.
Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a principal representante da Igreja
Católica no País, já havia publicado nota de repúdio às reformas. A entidade se
uniu ainda com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em manifestação contrárias
às medidas.
Para
o secretário-geral da CNBB, Leonardo Stainer, o que faltou foi debater melhor o
tema com a sociedade. “O movimento sinaliza que a sociedade quer o diálogo,
quer participar, quer dar sua contribuição. Reformas de tamanha importância não
podem ser conduzidas sem esse amplo debate”, disse. Ele garantiu ainda que as
manifestações serão pacíficas.
Porta-voz
da CNBB no Nordeste, o Padre Gilson Soares explica que as mudanças não foram
suficientes para mudar a visão da Igreja porque vários pontos ainda precisam
ser conversados. “No tempo da ditadura, a Igreja esteve muito presente e depois
esfriou um pouco. Mas agora diante do grito do povo, a Igreja está de novo
junto com o povo, marchando em ele, na rua com ele”, admite o padre, que tem 40
anos de sacerdócio.
Representantes
da Igreja argumentam ainda que os projetos prejudicariam os mais pobres e ferem
os ensinamentos religiosos que seguem, como a igualdade.
“Dizem
que essa reforma da Previdência vai pegar os pobres. Vou usar uma palavra
forte: mentira. Mentira, porque 63% do povo brasileiro ganham salário mínimo,
portanto, (a reforma) não vai atingir os pobres. Os que resistem e fazem
campanha são os mais poderosos, são aqueles que ganham mais”, rebateu o
presidente Michel Temer, em meio a críticas.
Há
pouco menos de duas semanas, o líder da Igreja Católica, papa Francisco, enviou
carta ao presidente falando da crise e declinando convite para vir ao Brasil
neste ano.
“Não
posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas
vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o
preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para
crises que vão muito além da esfera meramente financeira”, escreveu o
pontífice.
Oficialmente,
a recusa se deu por choque de agenda, conforme o Planalto e ofício do departamento
de imprensa da Santa Fé.
Com
informações O Povo Online
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